Projetos polêmicos, parcerias com a iniciativa privada e atenção à saúde: prefeito fala sobre os desafios e planos para Gramado

Nestor Tissot ultrapassou os primeiros 100 dias de seu quarto mandato como chefe do Executivo de Gramado. Os três primeiros meses desta gestão foram marcados por polêmicas, principalmente na área da saúde. Porém, o prefeito alega que foram “percalços” que estão sendo superados. Em um balanço geral desse período, aponta os avanços da administração e projetos para o município.

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“Esses 100 dias foram como se fossem os primeiros [apesar da reeleição], mas a gente entrou na prefeitura com tudo planejado e tudo andando. Só conseguimos avançar porque tínhamos a nossa equipe preparada”, ressalta.

Para o prefeito, a catástrofe climática de maio de 2024 tirou a cidade do eixo e foi preciso recalcular a rota traçada, por causa da situação financeira – que foi prejudicada devido aos desastres. Tratando assuntos da saúde como “sendo superados”, prospecta melhorias também para as demais áreas.

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R$ 10 milhões. Esse é o valor a menos que a prefeitura arrecadou nos primeiros três meses do ano, em comparação com 2024. Para o prefeito, resultado do cenário ruim da economia brasileira, somando também com as ondas de calor do início do ano, que levaram os turistas em maior número ao litoral do que para a região.

“Esperamos reverter o cenário para o resto do ano. Isso mostra a dificuldade que estamos enfrentando. Podemos ter que segurar algumas obras, mas com a nossa experiência estamos conseguindo equacionar o caixa”, pondera.

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Hospital e a saúde do município em pauta

Entre os principais assuntos que permearam o governo gramadense nesses três primeiros meses do ano, o Hospital Arcanjo São Miguel se destacou. Após concluir a aquisição da casa de saúde, em 2024, iniciou-se o processo de transição para a gestão do grupo Ana Nery. Com isso, a intervenção foi levantada.

Entretanto, as polêmicas envolveram o atraso no pagamento de funcionários e fornecedores. “Um dos marcos do nosso governo foi a compra do hospital para o nosso povo gramadense”, enfatiza o prefeito. Para ele, ao longo dos anos, percebeu-se a melhora na área da saúde do município, que exige um grande aporte de recursos.

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Além dos R$ 30 milhões investidos no ano passado, por causa da troca de gestão, foi preciso arcar com a despesa milionária dos direitos trabalhistas, que terá a última parcela quitada em abril.

Nestor admite o atraso no pagamento de fornecedores e médicos, mas cita que está trabalhando para melhorar o atendimento e a estrutura do São Miguel. Uma das novidades é que o médico Ubiratã Oliveira será o novo secretário adjunto da Saúde, atuando exclusivamente na interlocução entre a prefeitura a gestão privada do hospital.

“Estamos fazendo uma reforma interna e externa, tudo com parcerias aqui da cidade. Fizemos todo o estacionamento no fundo da área, criando uma nova entrada e saída, através da RS-235, com um estacionamento amplo que vai gerar mais renda também para o hospital”, frisa.

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Ao longo deste ano, será aberta a licitação para a contratação efetiva da empresa que vai gerir a casa de saúde. “Estamos construindo o edital. Vai ser muito exigente, porque precisamos de alguém com expertise para cuidar do nosso hospital”, declara.

Na atenção básica, Nestor reforça que a construção do novo posto de saúde do Carniel deve ser concluída até a metade do ano, e que está ampliando os serviços da recentemente inaugurada unidade de saúde do bairro Moura.

Um projeto que está no radar, mas que ainda não tem previsão de iniciar, é a do posto do bairro Piratini. “Tivemos alguns percalços, mas vamos melhorar cada vez mais a saúde para a nossa população”, atesta o prefeito, ao citar a perda de três ginecologistas do quadro de colaboradores da prefeitura, que ainda não conseguiu repor por falta de mão de obra.

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“Saúde é um dos pilares da nossa gestão, a gente está atento todo dia. Nós vamos trabalhar firme sim nesse sentido, e também em todas as áreas, educação, segurança, turismo”, acentua.

Projetos polêmicos serão enviados para a Câmara

Nestor comenta que a Procuradoria-Geral está trabalhando em projetos polêmicos que devem ser encaminhados para discussão na Câmara de Vereadores nos próximos meses. Entre eles, o de regrar o uso de patinetes elétricas na cidade e o de coibir personagens na Rua Coberta.

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Uma comitiva gramadense visitou a cidade de Bonito, em Minas Gerais, para conferir como são feitas as cobranças de taxas ambientais. O intuito é implementar a Taxa de Proteção Ambiental (TPA) no município, com cobrança na casa dos R$ 3.

A área jurídica da prefeitura também está verificando como revogar a lei que proíbe a distribuição gratuita de sacolinhas plásticas no comércio. “Queremos conciliar com esse lado ambiental, mas grande parte da população reclama da lei”, argumenta o prefeito.

Reforma do Expogramado e fiação subterrânea

Para incrementar a movimentação de Gramado no setor de eventos e turismo de negócios, um dos projetos para este ano é a reforma do Expogramado.

O prefeito encaminhou o projeto ao governo do Estado, que sinalizou de forma positiva. Contudo, trâmites burocráticos ainda estão sendo seguidos e não se sabe quando virá o recurso. A estimativa é que seja necessário o aporte de R$ 25 milhões para a revitalização da estrutura.

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“Será um grande projeto para Gramado, para a região e para o Estado, inclusive. Porque nós vamos poder receber muitos congressos que estão indo embora do Rio Grande do Sul”, salienta.

Os R$ 10 milhões prometidos pelo Ministério do Turismo para Gramado serão investidos para fazer a fiação subterrânea na Avenida das Hortênsias, no trecho em que ocorre o Grande Desfile de Natal.

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Com a medida, será possível voltar a ter arquibancadas. A outra parte será para uma cobertura no complexo do Expo, entre a entrada do centro de eventos e os fornos coloniais, criando um espaço para intervenções artísticas e até feiras de artesanato ou de produtos de agroindústrias.

Parcerias público-privadas para impulsionar a cidade

Nestor reforça que é preciso investir em parcerias público-privadas (PPPs) para impulsionar a cidade. Ele cita a parceria com a Planta Gramado, que está agilizando projetos de engenharia e arquitetura, além de facilitar a contratação e realização de obras na cidade, como a da contenção da encosta nas proximidades do Parque Knorr.

Ainda citando os projetos que foram doados pela iniciativa privada, o prefeito fala sobre a reforma da Rua Coberta e de construção de uma nova via coberta na Pedro Benetti.

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“As PPPs precisam funcionar e acho que a minha fala com a iniciativa privada evoluiu nesses 100 dias. Começamos a nova sede da Secretaria de Turismo e da Gramadotur dessa forma e vamos avançar”, garante. “Estamos provocando a questão das moradias populares, que vão sair. Pode demorar um pouquinho, mas já tem empresários me consultando”, complementa.

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“Estamos avaliando um terreno de 6 hectares que não será colocado dinheiro público na compra e vamos conseguir ter uma nova área para o Nativitaten, e é da prefeitura o terreno atrás dos fornos do bairro Várzea Grande, por troca de índice construtivo. Tem empresários já interessados em usar aquele espaço para voltar com a Festa das Hortênsias e a Fearte”, assegura.

Recuperação do município após a catástrofe climática

Gramado ainda atua na recuperação do município, devido à destruição provocada pela catástrofe climática do ano passado.

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O prefeito Nestor aponta que as obras no interior aconteceram, faltando a conclusão da estrada da Linha Quilombo, que terá contenções na parte superior do morro, mas que não será asfaltada neste primeiro momento. Haverá um acompanhamento da área pela equipe técnica para verificar o movimento do solo no local. Na estrada da Linha 28, também na área rural, está em andamento as obras de contenção, que devem ser concluídas em breve.

No loteamento Orlandi, no bairro Várzea Grande, e no Três Pinheiros, os trabalhos estão em ritmo final.

Uma das grandes obras que será realizada é no entorno das ruas Emílio Leobet e Gil, no bairro Dutra. Um projeto de mais de R$ 50 milhões foi protocolado junto à Defesa Civil Nacional. Nestor se mostra confiante com a aprovação do recurso. No local, serão realizadas obras de drenagem e muros de contenção.

Na chamada Piratini Norte, parte da verba para as obras está garantida, e as equipes estão finalizando os projetos. “Faremos as contenções e vamos tentar recuperar as ruas que forem possíveis. Queremos licitar para iniciar logo as melhorias”, afirma o chefe do Executivo gramadense.

Na Piratini Sul, nas margens da Rua Nelson Dinnebier, será feita uma contenção do morro para que se possa demolir as casas que estão condenadas na área. Também nas proximidades, os estudos estão concentrados em construir um novo traçado para a ligação entre os bairros Piratini e Prinstrop, para que a rua seja menos íngreme do que o projeto anterior.

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“São projetos que estão inseridos dentro do nosso governo. Se eu vou terminar, não sei, porque requer muitas contrapartidas financeiras, fora o recurso federal que a gente está apostando que dê certo. Precisamos que o orçamento deste ano seja cumprido naquilo que planejamos para conseguir o valor para dar continuidade nessas obras”, destaca o prefeito.