Série “Adolescência” leva discussão sobre violência extrema ao Vale do Sinos

Um das séries mais aclamadas de 2025 até o momento, “Adolescência”, disponível no catálogo da Netflix, aborda as consequências do esfaqueamento de uma adolescente. Enquanto isso, um jovem de 13 anos, colega da vítima, é detido pelo assassinato.

A série revisita a violência extrema, especialmente entre jovens no ambiente escolar. Pensando em elucidar ainda mais o tema, a Promotoria de Justiça de Estância Velha, no Vale do Sinos, convidou o responsável pelo Núcleo de Prevenção à Violência Extrema (NUPVE) do Ministério Público (MPRS), Fábio Costa Pereira, para palestrar no município.

 Fábio Costa Pereira | abc+



Fábio Costa Pereira

Foto: Juliano Piasentin/ GES-Especial

Participaram educadores da rede municipal e particular, que aproveitaram o momento para aprender mais sobre os sinais de adolescentes radicalizados e mobilizados à violência. Conforme Bruno Carpes, promotor de justiça em Estância Velha, o Judiciário reconheceu a necessidade de capacitação das redes de apoio da educação. “Para ver os sinais e prevenir ações violentas entre os jovens.”

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Carpes explica que o trabalho é novo dentro do MPRS e começou justamente pela identificação de necessidades dentro das escolas. “O trabalho é focado na violência real e virtual.”

Apreensões e prisões

Segundo o palestrante e responsável pelo NUPVE, Fábio Costa Pereira, em 2024 foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão, onde as equipes acharam armas, bestas, arcos e flechas. Também ocorreram quatro prisões e outras sete internações psiquiátricas. “Investigamos grupos que vão de crianças com 10 anos, até jovens adultos de 25”, diz Pereira.

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Em 2025 já foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão. Os casos e as cidades são mantidos em sigilo. “Os adolescentes brasileiros são manipuláveis, a cada caso publicado, três são copiados por outros jovens.”

Pereira afirma que os casos são mais comuns em famílias desfuncionais. “Onde a violência é normalizada.” O responsável avalia que os atos de violentos são planejados a longo prazo. “O planejamento pode durar entre 2 e 4 anos. Esses jovens têm tendências homicidas e também suicidas.”

Além disso, explica que os atentados são realizados normalmente com facas pela dificuldade em acessar armas de fogo. “Famílias com armas em casa devem ter cuidado redobrado”, completa.

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