Boeing diz estar preparada para revender jatos recusados pela China

A Boeing afirmou nesta quarta-feira (23/4) estar preparada para revender as aeronaves que foram rejeitadas pela China, em meio à guerra comercial travada entre o país asiático e os Estados Unidos.

As declarações foram dadas pelo presidente da gigante norte-americana de aviação, Robert Kelly Ortberg, em entrevista à CNBC.

“Estamos trabalhando com nossos clientes neste momento, mas não vamos esperar muito tempo”, afirmou o executivo.

“Vamos dar aos clientes a oportunidade, se quiserem receber os aviões. É isso que preferimos fazer. Mas, se não for possível, vamos recolocar esses aviões no mercado para quem quiser comprá-los”, garantiu o presidente da Boeing.

Ainda segundo Ortberg, a Boeing vai retirar mais um avião 737 Max que ainda está no centro de entregas da companhia na China.

“Tínhamos três aviões na China prontos para ser entregues e acredito que dois já voltaram aos Estados Unidos. Estamos trazendo o terceiro de volta também”, disse o executivo.

“Seremos bastante pragmáticos sobre o que faremos com os aviões que ainda não foram fabricados”, prosseguiu o presidente da Boeing. Ortberg citou ainda a possibilidade de que os jatos sejam “redirecionados” para outras companhias aéreas.

Avião voltou da China aos EUA

Um avião da Boeing retornou da China aos EUA, no último domingo (20/4). Na semana passada, em resposta ao tarifaço imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, Pequim determinou que as companhias aéreas chinesas suspendessem as compras de jatos da Boeing.

A ordem do governo chinês foi a de que as companhias aéreas locais “suspendessem todas as compras de equipamentos e peças de aeronaves de empresas norte-americanas”.

A aeronave modelo 737 MAX da Boeing, que originalmente era destinada à companhia aérea chinesa Xiamen Airlines, pousou no Boeing Field, em Seattle (EUA).

O avião, que já estava pintado com as cores da Xiamen Airlines, fez escalas para reabastecimento em Guam (território insular dos EUA na Micronésia, região oeste do Oceano Pacífico) e no Havaí (EUA) durante o trajeto de cerca de 8 mil quilômetros.

O jato da Boeing é apenas um dos vários modelos 737 MAX que esperavam finalização e entrega no centro de montagem da companhia norte-americana em Zhoushan, na China.

Após a decisão do governo Trump de taxar as importações da China em até 245%, a entrega de aeronaves como o 737 MAX da Boeing se tornou insustentável para as companhias aéreas chinesas.

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