Com recuo de Trump sobre Powell e China, bolsas da Ásia fecham em alta

Os principais índices das bolsas de valores da Ásia fecharam em alta nesta quarta-feira (23/4), refletindo o otimismo do mercado após novas declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aliviando o tom de suas ameaças à China.


O que aconteceu

  • O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, fechou o pregão em alta de 1,89%, aos 34,8 mil pontos.
  • Em Seul, na Coreia do Sul, o índice Kospi avançou 1,57%, aos 2,5 mil pontos.
  • Em Hong Kong, o Hang Seng teve ganhos de 2,37%, aos 22 mil pontos.
  • Na China continental, por outro lado, o Xangai Composto teve leve queda de 0,1%, aos 3,2 mil pontos, fechando próximo da estabilidade.

China e Powell

Nessa terça-feira (22/4), depois de ter levantado a possibilidade de demitir o presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), Jerome Powell, Trump recuou, amenizou o tom e praticamente afastou essa hipótese.

“Nunca tive [intenção de demitir Powell]. A imprensa exagera as coisas”, afirmou Trump a repórteres.

“Não, não tenho intenção de demiti-lo. Gostaria de vê-lo ser um pouco mais ativo em relação à sua ideia de reduzir as taxas de juros”, prosseguiu o presidente dos EUA.

“Acreditamos que este é o momento perfeito para reduzir a taxa, e gostaríamos de ver nosso presidente [do Fed] agir com antecedência ou pontualmente, em vez de com atraso”, completou Trump.

A diretoria do Federal Reserve é composta por sete integrantes que cumprem mandatos de 4 a 14 anos – todos são indicados pela Presidência dos EUA.

A indicação para o cargo de presidente do Fed é definida pela Casa Branca e confirmada por uma votação no Senado norte-americano a cada 4 anos.

Em 2022, Jerome Powell foi indicado pelo então presidente dos EUA, Joe Biden, para um segundo mandato à frente do Fed – que termina em maio de 2026.

O entendimento majoritário nos EUA é o de que o presidente do Fed não pode ser removido do cargo sem que haja uma “justa causa”. Há, no entanto, um caso pendente de decisão pela Suprema Corte do país que remete a um precedente estabelecido há 90 anos, em 1935.

De qualquer forma, caso Trump fosse adiante na ideia de demitir Powell, provavelmente o caso chegaria à Suprema Corte dos EUA.

Em relação à guerra comercial contra a China, Donald Trump também amenizou o discurso e abriu brecha para um possível acordo com o país asiático.

“[Uma tarifa] De 145% é muito alta, não será tudo isso. Será reduzida substancialmente. Não será zero”, afirmou Trump.

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