Família pede justiça para idoso que teve atendimento negado por médico no HU; Valdir Oliveira morreu de infarto

A morte de Valdir da Silva Oliveira, 74 anos, gerou revolta e comoção entre amigos e familiares em Canoas. A família do idoso aponta suposta negligência médica no Hospital Universitário (HU). Oliveira morreu na madrugada do dia 15 abril após passar mal e não receber atendimento imediato na porta da casa de saúde.

Valdir da Silva Oliveira



Valdir da Silva Oliveira

Foto: Arquivo pessoal

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Oliveira era ex-paciente do HU. Com sintomas de um ataque cardíaco, ele retornou ao hospital cerca de 10 horas após ter recebido alta hospitalar, no dia 14 de abril. Segundo a família, o idoso havia passado por cirurgia para a colocação de stent, popularmente conhecido como “molinha no coração”.

“Nunca pensamos que seria negado atendimento para uma pessoa que horas antes era paciente. Ele chegou por volta das 23 horas, mas só conseguiu atendimento depois da meia-noite, quando o estado de saúde piorou. No primeiro momento, o médico responsável não quis atendê-lo, essa foi a informação que recebemos dos funcionários, que o médico não havia aceitado receber meu sogro na retaguarda”, explica a nora do idoso, Lisiane Oliveira. 

Por meio de nota, o Hospital Universitário informou que abriu uma sindicância interna para apurar os procedimentos adotados por colaboradores da instituição implicados no óbito de Oliveira. Conforme o comunicado, o médico envolvido no caso pertencia ao quadro de uma empresa terceirizada e foi previamente afastado das atividades no hospital.

Abalada pela morte do sogro, Lisiane pede justiça. Para ela, o óbito do idoso poderia ter sido evitado.

“A morte [por infarto] foi atestada às 01h44. Ele chegou passando mal, mas andando, com a piora pela falta de atendimento imediato, conseguimos uma cadeira de rodas e entramos com ele no hospital. A partir disso, eles se obrigaram a atender o meu sogro, que foi levado para o segundo andar. Infelizmente, já era tarde demais, ele morreu durante o atendimento”, lamenta.

Oliveira havia ficado dez dias hospitalizado no HU. O idoso passou por três procedimentos para a inserção de stent (pequeno dispositivo tubular, feito de metal, o qual é colocado da artéria para manter a circulação sanguínea adequada).

“Foram colocados três [stents], sendo dois no dia 4 e um no dia 8 de abril. Ele ficou na UTI [Unidade de Terapia Intensiva] até o dia 10 de abril, depois ficou em um quarto até ser liberado no dia 14. Para a nossa família, houve negligência. Ele poderia estar vivo se tivesse recebido atendimento quando procurou socorro. Talvez, ele estivesse vivo se não tivesse recebido alta”, explica a nora.

Lisiane afirma que a família entrará na justiça contra o médico e o Hospital Universitário.

“Como um médico nega atendimento? Isso não deveria existir. A saúde em Canoas está precária. Não vamos aceitar mais mortes. Queremos justiça“, finaliza.

Confira na íntegra a nota do HU

“A direção do Hospital Universitário de Canoas está abrindo uma sindicância interna para apurar todos os procedimentos adotados por colaboradores da instituição implicados no óbito de um homem de 74 anos que procurou o hospital após a alta médica na noite de segunda-feira, 14. O caso também será avaliado pelo Comitê de Ética Médica do HU Canoas.

O médico envolvido no caso pertence ao quadro de uma empresa terceirizada e já foi previamente afastado de suas atividades no hospital.

O HU Canoas se solidariza com os familiares da vítima e renova seu compromisso com um atendimento em saúde de excelência a toda comunidade de Canoas e municípios referenciados.”

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