Hospital Universitário recebe primeira avaliação visando transferência do HPS de Canoas

Foi concluída a primeira etapa do processo que deve resultar na transferência da estrutura de emergência do Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC) para o Hospital Universitário (HU).

A diretora Lisiane Wasem (E) esteve em Canoas, nesta quarta-feira (23), para uma avaliação da Saúde do Estado no Hospital Universitário de Canoas



A diretora Lisiane Wasem (E) esteve em Canoas, nesta quarta-feira (23), para uma avaliação da Saúde do Estado no Hospital Universitário de Canoas

Foto: LEANDRO DOMINGOS/GES-ESPECIAL

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Na manhã desta quarta-feira (23), representantes da Secretaria Estadual de Saúde estiveram no Hospital Universitário para avaliar as condições estruturais da casa de saúde.

A visita, que durou pouco mais de uma hora, serviu para que fosse conhecida a estrutura do HU para serem recebidos pacientes para atendimento emergencial, serviço hoje garantido no Hospital Nossa Senhora das Graças.

Diretora do Departamento de Gestão da Atenção Especializada da Secretaria Estadual de Saúde do RS, Lisiane Wasem Fagundes aponta que em primeiro lugar é preciso colocar a situação em perspectiva.

Lisiane ressaltou que o Governo do Estado só está em Canoas porque, no ano passado, uma calamidade jamais vista na história atingiu a cidade e desencadeou o fechamento do Hospital de Pronto Socorro da cidade.

“Naquele momento, houve a necessidade de reorganização da estrutura para o atendimento da população, com a transferência das equipes para o Hospital Nossa Senhora das Graças”, lembra.

Passado um ano, o objetivo da visita é identificar a melhor solução alternativa para o atendimento da população, já que Canoas permanece como referência de saúde para outros municípios.

“Vamos avaliar a tudo com muito cuidado, com parcimônia, porque se trata de um processo delicado de saúde”, observa. “O importante é conseguirmos atender a população com qualidade, garantindo o melhor acesso aos serviços.”

Para a diretora de Saúde do Estado, será necessária uma nova avaliação técnica, visando destacar o investimento necessário para a abertura da porta de emergência no Universitário.

“O Hospital é potente, grande e tem enorme importância não somente para Canoas, mas para cidades vizinhas com referência em alta complexidade”, ressalta. “Mas vamos continuar avaliando se é possível a futura abertura de outra porta de entrada.”

Necessidade

Secretário de Governo em Canoas, João Portella voltou a reforçar, durante a visita, nesta quarta-feira, a importância da mudança para a melhoria no atendimento à população.

“A situação hoje é de problemas no atendimento de pacientes que procuram a emergência do HPS de Canoas e também naqueles que buscam ser atendidos no Graças”, frisa. “Precisamos resolver os dois problemas.”

Para o secretário, o Estado vem se mostrando parceiro e esta avaliação inicial caminha na direção de um entendimento de que a melhor solução é a mudança do HPS de Canoas para o HU.

“Queremos aproveitar a estrutura do HU para voltar a garantir um atendimento de qualidade”, salienta. “Nós, o prefeito Airton Souza e a população sabemos que o atendimento prestado no Graças hoje não é bom.”

Toda a mudança planejada visa a plenitude dos serviços somente até a conclusão das obras, defende Portella. A mudança, contudo, é necessária, porque não há uma estimativa para que o HPS fique pronto logo.

“Toda obra é complexa. Agora, imagine um Hospital de Pronto Socorro?”, argumenta. “Então não sabemos se serão necessários oito, nove meses ou até um ano para a conclusão das obras. Até lá, a população precisa de uma solução”, conclui.

Cautela

Em resumo, a ideia de abertura de uma porta de emergência no Hospital Universitário visa o atendimento imediato daqueles pacientes que procuram a emergência do HPS de Canoas diariamente no Hospital Nossa Senhora das Graças.

Dito isso, vale lembrar que o HU possui a própria demanda a ser atendida e não pode ter prejudicado o atendimento de pacientes que procuram a casa de saúde diariamente para consultas, exames e procedimentos.

A alternativa, portanto, seria o uso de uma porta lateral, próxima à entrada do ambulatório, por onde entrariam os pacientes. O local vistoriado hoje funciona como um depósito.

“É preciso ter em mente que, ao abrirmos uma porta de emergência, passam a ser recebidos pacientes com fraturas de acidentes, idosos com AVC e crianças com problemas variados”, aponta a diretora Lisiane Wasem. “Por isso, a avaliação precisa ser criteriosa e a decisão tomada com cautela.”

Por meio da assessoria de comunicação, o Hospital Universitário informou que não irá se manifestar por hora sobre o assunto. Somente após uma definição por parte de autoridades do Estado e Município sobre o assunto.

Encontro

Foi na tarde do último dia 17 que o governador Eduardo Leite recebeu representantes da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal).

O vice-prefeito Rodrigo Busato e o secretário de Governo, João Portella, estiveram no encontro em que Leite anunciou novos repasses para o Programa Assistir e assumiu o compromisso do Estado com a saúde na capital, além do encaminhamento de temas importantes com cidades como Canoas.

“O Município tem cumprido sua parte, inclusive além de suas possibilidades, e nós precisamos que o Governo Estadual e Federal cumpram a sua. Porque a questão da saúde é tripartite. Ela envolve o Município, o Estado e a União”, disse Portella logo após a reunião.

Em obras

Em paralelo às tratativas de mudança da sede do HPS de Canoas para o Hospital Universitário, continuam as obras de reforma necessárias para a reabertura da casa de saúde, destruída pela inundação há quase um ano.

O HPS está atualmente com 15% das obras concluídas e a estimativa é que as obras no bairro Mathias Velho durem, pelo menos, até o final do ano, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.

A lembrar, as obras começaram no final do ano passado, quando houve apontamento do prazo de 120 dias para a conclusão, no entanto, o período foi considerado insuficiente para dar conta da complexidade da reforma.

“O prazo de 120 dias é pouco para o HPS”, afirmou o prefeito Airton Souza.

Polêmica

Em meio ao cenário de constante superlotação, a emergência do HPS de Canoas viu sua gestão ser colocada em xeque no final do mês passado, quando o médico Álvaro Fernandes, diretor técnico do Hospital, acabou demitido.

Na época, o diretor anunciou a paralisação dos serviços de atendimento na emergência devido “insuficiência técnica em escalas médicas em setores essenciais e prioritários para a assistência médica.”

Segundo o experiente profissional, não havia anestesista, neurologista, traumatologista e cirurgião plástico na escala do HPS, razão pelo qual emitiu um ofício à Secretaria de Saúde.

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