SP: dado de pessoas em situação de rua cresce e se aproxima de 100 mil

São Paulo — O número de pessoas vivendo em situação de rua na cidade de São Paulo ultrapassou os 96 mil em março deste ano, conforme os registros feitos no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) do governo federal, divulgados no último dia 14 de abril.

Segundo o levantamento realizando pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, da Universidade Federal de Minas Gerais (OBPopRua/Polos da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG), o número total de pessoas em situação de rua na capital paulista até março deste ano foi de 96.220, isolando a cidade como a com maior concentração da população no país, com mais de 75 mil de diferença para a segunda no aspecto, o Rio de Janeiro.

No início de 2025, 93.355 pessoas nesta condição estavam registradas, um aumento de quase 3 mil novos registros. Apesar dos números elevados, a pesquisa aponta uma estabilidade no aumento dos dados. Apesar disso, oito a cada mil habitantes do município vivem nas ruas.

No estado de São Paulo, os dados também cresceram. Em Janeiro deste ano havia 140.543 pessoas vivendo nas ruas, já em março o número saltou para 143.509. O território paulista também é responsável por mais de 40% da população de rua do país de acordo com o estudo.


Violência

  • Ainda de acordo com o levantamento, o estado paulista lidera os casos de violência contra a população de rua no Brasil.
  • De 2020 a 2024, mais de 8.700 casos foram registrados, enquanto em todo o país os casos superaram os 46 mil no mesmo período.
  • No cenário geral, a faixa etária mais atingida é a entre 40 e 44 anos e quase metade dos casos aconteceu em vias públicas.

Outro lado

Em nota, a Prefeitura de São Paulo afirmou que o Censo da População em Situação de Rua, feito por profissionais municipais em 2021, apontou 32 mil pessoas em condição de rua na capital paulista. A administração municipal ainda disse que o levantamento usando o CadÚnico são cumulativos e auto declaratórios e “portanto, podem gerar distorções e não demonstrar um cenário real da cidade de São Paulo”.

O posicionamento ainda cita que o município tem “a maior rede sociassitencial da América Latina” e oferece mais de 26 mil vagas em 384 serviços de acolhimento.

“A atual gestão também criou um programa pioneiro, as Vilas Reencontro, que hoje oferece em 10 unidades mais de 2.640 vagas para famílias em situação de rua. Os recursos para ações de assistência social, direitos humanos e segurança alimentar cresceram ano a ano: R$ 2 bilhões em 2022, R$ 2,7 bilhões em 2023 e R$ 3 bilhões no ano passado,” completou.

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