12% vem aí? Taxa do Tesouro Direto cai ao menor nível do ano com eco de fluxo externo

Em sessão nova sessão de volatilidade nos mercados globais, as taxas dos títulos públicos no Brasil operam em baixa nesta quinta-feira (24), em meio à recuperação da Bolsa brasileira e a queda do dólar, indicando fluxo estrangeiro para ativos locais.

Destaque para o Tesouro Prefixado 2028, que passa a pagar 13,49% ao ano, o menor patamar de 2025 e já longe do nível de 14% verificado no começo de abril. O papel com vencimento em 2032 também apresenta forte queda na remuneração, que vai a 14,14% ao ano, ante quase 15% nos primeiros dias do mês.

A moeda americana cai abaixo dos R$ 5,70 nesta quinta, em mais um dia de aversão dos mercados globais ao dólar, uma vez que persistem incertezas sobre os planos tarifários de Trump, gerando perda de credibilidade nos anúncios do governo norte-americano sobre as taxas de importação. Diante da instabilidade, investidores buscam outras moedas, movimento que beneficia o real e os títulos públicos, que sobem de preço e têm queda nas taxas quando lidam com maior procura.

Contribui também a visão de que há sinais mesmo que iniciais de estabilização do crescimento econômico brasileiro, o que pode ajudar a tarefa do Banco Central de controlar a inflação.

“À medida que aumentam os riscos de desaceleração global e as expectativas de inflação doméstica se estabilizam, o Copom tem a oportunidade de realizar um aumento de 50 pontos-base e encerrar o ciclo, refletindo o arrefecimento na estrutura a termo e nos preços de mercado para a Selic”, avalia o estrategista e economista sênior do Deutsche Bank Drausio Giacomelli.

O movimento de recuo nas taxas é visto em menor grau sobre os títulos atrelados à inflação, especialmente os mais longos, cujo comportamento costuma estar menos ligado à política monetária, e mais ao fiscal.

Na quarta-feira (23), o Fundo Monetário Internacional (FMI) apontou maior pessimismo com a situação fiscal brasileira, projetando que a dívida pública em relação ao PIB deve aumentar de 87,3%, em 2024, para 92,0% neste ano.

A remuneração dos títulos do Tesouro IPCA+ está em queda, mas segue acima de 7,50% ao ano além da inflação. O papel com vencimento em 2029 paga 7,58% nesta quinta, ante quase 8% no começo de abril; e o de 2040 oferece taxa de 7,48%, próximo ao maior patamar do ano.

Confira as taxas dos títulos públicos disponíveis no Tesouro Direto na atualização de 13h54 desta quinta-feira (24):

(Reprodução/Tesouro Direto)

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