Austrália está abatendo centenas de coalas a tiros de sniper. Entenda

O governo da Austrália tomou uma decisão polêmica e decidiu abater centenas de coalas que moram no Parque Nacional Budj Bim, no estado de Vitória. Os animais estão sendo sacrificados a tiros de snipers em helicópteros, e estima-se que cerca de 700 coalas já morreram. O animal é o símbolo do país e está na lista de vulneráveis à extinção.

Segundo as autoridades australianas, a decisão foi tomada por conta de um grande incêndio florestal que atingiu a região em março e destruiu 20% do parque. Eles afirmam que o abate seria para dar “uma morte digna” aos animais, que podem estar queimados ou morrendo de fome pela falta de alimentos.

Grupos de proteção protestam que a ação foi iniciada sem anúncio público e que seria difícil definir a situação de cada animal à distância, de um helicóptero. O plano de bem-estar durante desastres naturais do estado diz que o coala precisa ter perdido dedos ou mãos, ter mais de 15% do corpo queimado, pneumonia por inalação de fumaça, cegueira ou ferimentos graves, para ser sacrificado. Fêmeas abatidas precisam ser checadas imediatamente para verificar a existências de filhotes na bolsa.

Os protetores afirmam que seria possível contornar a falta de alimentos com a disponibilização de folhas de eucalipto, comida preferida dos animais, ou ração.

“Não há como saber se um coala está em más condições a partir de um helicóptero. Essa medida é desprezível e cruel”, afirma a presidente da ONG Koala Alliance, Jess Robertson, em entrevista ao jornal The Independent.

Sem opção para ajudar os coalas

O governo local afirma que foram feitas avaliações cuidadosas antes de tomar a decisão, e que o abate é necessário. Em entrevista à Vox, o chefe de biodiversidade do estado de Vitória, James Todd, afirma que outros métodos de análise, inclusive checar os coalas um por um, foram considerados, mas descartados.

Segundo ele, é difícil chegar à pé na região e os coalas costumam estar muito no alto das árvores. O fogo, que ainda não foi totalmente extinto, também é considerado um risco para os oficiais.

“A abordagem foi considerada a melhor maneira de realmente reconhecer que os coalas estavam passando por muito sofrimento”, disse a primeira-ministra de Vitória, Jacinta Allan, em entrevista à mídia local.

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