Câmara: Hugo Motta e líderes decidem não pautar anistia ao 8/1

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou nesta quinta-feira (24/4) que o projeto de anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro não será pautado, por ora.

A decisão frustra o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, que ameaça rebelião. O chefe da Casa está reunido com os líderes, que decidiram “matar no peito” a responsabilidade pela trava à proposta, numa jogada para protegê-lo.

Segundo parlamentares ouvidos pelo Metrópoles, Hugo consultou os líderes na noite dessa quarta-feira (23/4), logo após o jantar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sobre a anistia.

Ouviu dos chefes das bancadas que, a despeito de o requerimento de urgência contar com a adesão da maioria dos deputados, o projeto dividiria a Câmara e geraria uma nova crise institucional entre o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Dessa forma, na reunião, os líderes se posicionaram contrariamente ao avanço do texto. Como mostrou o Metrópoles, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), ameaçou Motta. Na noite da quarta, disse que se o presidente da Câmara não pautasse a urgência da anistia, significaria um rompimento com o maior partido da Casa. Também afirmou que a sigla, caso contrariada, monopolizaria todas as emendas de comissão.

A trava à anistia, além de uma vitória para o STF, também é considerada um trunfo para o governo Lula. O presidente tem criticado essa ideia, pois o PT e os partidos de esquerda consideram que é contrária à democracia, mas também porque temem um eventual uso do perdão para o ex-presidente Jair Bolsonaro, inelegível até 2030 e também alvo de um inquérito na Suprema Corte sobre a tentativa de golpe de Estado.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.