Dias do churrasco e do chimarrão são comemorados nesta quinta-feira no RS

Nesta quinta-feira (24) são celebrados no Rio Grande do Sul os dias do churrasco e do chimarrão. As datas foram instituídas pela lei estadual 11.929, em junho de 2003. Com a legislação, o churrasco, preparado à moda gaúcha, ficou estabelecido como o prato típico, e o chimarrão como a bebida símbolo do RS.

Elisandro José da Silva aprendeu o ofício de assador com o pai



Elisandro José da Silva aprendeu o ofício de assador com o pai

Foto: Renata Strapazzon/GES-Especial

Em parágrafo único, a lei especifica que por churrasco à gaúcha entende-se “a carne temperada com sal grosso, levada a assar ao calor produzido por brasas de madeira carbonizada ou in natura, em espetos ou disposta em grelha, e sob controle manual”.

CLIQUE AQUI PARA FAZER PARTE DA COMUNIDADE DO JORNAL VS NO WHATSAPP

De acordo com a Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha, que é considerada a maior entidade do Movimento Tradicionalista Gaúcho Brasileiro, a data foi escolhida como forma de homenagear o primeiro Centro de Tradições Gaúchas do Estado, o 35 CTG, fundado em 24 de abril de 1948, em Porto Alegre, por estudantes do Colégio Júlio de Castilhos. Primeira prenda do CTG Tapera Velha, de São Leopoldo, Yasmin da Silva Bandeira, 19 anos, destaca a importância das datas para o gaúcho.

“O dia do chimarrão e do churrasco tem um profundo significado para a cultura gaúcha visto que são tradições que vão além do simples fato de consumir uma bebida ou preparar uma refeição. O chimarrão é um dos símbolos da identidade gaúcha, que promove a socialização entre as pessoas, troca de histórias e a conexão entre as gerações, já o churrasco é o marco da hospitalidade e união familiar dos gaúchos”, comenta.

LEIA TAMBÉM: Começam as obras do viaduto inacabado que ligará as BRs 116 e 448 em Esteio

A jovem diz tomar chimarrão todos os dias com a família, num hábito que foi estimulado ainda criança. “Meu pai foi criado dentro de CTGs, sempre foi influenciado a tomar chimarrão e assim, quando nasci, fez o mesmo comigo. Quando completei três anos, ganhei a minha primeira cuia, bem pequenininha, onde tomava chimarrão nela enquanto meus pais tomavam em uma maior para poder compartilhar este momento em família”, recorda.

Quanto ao churrasco, a prenda revela que a preferência dela são as carnes mal passadas. “Creio que para que seja um bom assado, a carne deve estar bem temperadinha e é necessário ter cuidado com o fogo para que não a queime”, completa.

PREVISÃO DO TEMPO: Instabilidade que atinge o Sul do Brasil vai trazer chuva para o RS?

Sócio e gerente de uma churrascaria no Centro de Esteio, Pedro Kosanowski conta que no local são vendidas, semanalmente, cerca de duas toneladas de carnes. “Vendemos, em média 1,4 mil espetos por semana, com atendimento de segunda a segunda”, diz. Segundo ele, o corte preferido entre os clientes é o vazio. No entanto, costela, picanha e entrecot também têm boa saída, com preços que variam de R$52, o espeto de costela, e R$95, o espeto de picanha. “Também têm grande saída as nossas marmitas, vendidas a R$14,90, a de frango, e R$19,90, a de carne, e que vêm ainda com salsichão e polenta. Por dia, são vendidas cerca de 100 marmitas”, revela.

Um dos assadores do local, Elisandro José da Silva conta que aprendeu o ofício com o pai. Segundo ele, o segredo de um bom churrasco está na qualidade da carne e na vontade do assador. “Para a carne, o único tempero é o sal grosso, para manter o sabor. O resto é invenção”, ensina ele, que tem no entrecot o seu corte favorito.

Comida só de domingo? 

Para quem não abre mão da carne no almoço ou na janta, o churrasco deixou de ser comida só de domingo. “Pra mim não tem dia certo para comer churrasco. É o meu prato preferido. E acompanhado de um chimarrão ainda, é a combinação perfeita”, comenta o aposentado João da Malta, 62.

VIU ESTA?: Casais no crime: Investigação revela dupla vida de casais que distribuíam drogas no Vale do Sinos

Apesar de se considerar um bom assador, Malta não recusa as facilidades de comprar o churrasco pronto. “Dá menos sujeira em casa, e é muito gostoso. O tempero usado nas churrascarias é diferente, não adianta”, opina ele, que frisa que em sua preferência estão picanha e vazio.

Bom negócio o ano inteiro 

Proprietária de uma loja de artigos regionais, Katiane Canabarro conta que itens de chimarrão e de churrasco são o carro-chefe do estabelecimento comercial, que tem unidades em Sapucaia do Sul e São Leopoldo. “São produtos que saem o ano inteiro. Em setembro, o foco dos clientes são as pilchas, já as cuias, mateiras e espetos vendem no dia a dia, todos os meses”, diz.

Katiane mostra variedade de itens para manter a tradição



Katiane mostra variedade de itens para manter a tradição

Foto: Renata Strapazzon/GES-Especial

“Muita gente compra para presentear, para levar para fora. Costumo brincar que todo mundo fica mais gaúcho depois que vai embora do Estado”, comenta. Dentre as cuias, segundo Katiane, não há um único modelo campeão de vendas.

“Vendemos um pouco de tudo. Tem aqueles clientes, especialmente as mulheres, que gostam das cuias coloridas, enfeitadas, têm os que preferem as cuias de madeira e os que não abrem mão da cuia de porongo”, destaca.

CONCLAVE: Conheça o gaúcho que pode se tornar o novo papa

Na loja de Katiane, o valor das cuias varia de R$25 a R$400. O modelo mais caro vem com bocal de ouro ou prata. Já as mateiras, são vendidas a preços a partir de R$80. “Temos modelos em couro, lona, material reciclável, temos das mais simples às mais estilizadas, aquelas típicas de passeio no parque”, informa.

 

Adicionar aos favoritos o Link permanente.