Ex-funcionários da Hurb entram na Justiça após demissão em massa e acusam empresa de calote nas rescisões

Hurb enfrenta uma onda crescente de processos trabalhistas (Reprodução)

Depois de enfrentar uma avalanche de reclamações de clientes por pacotes de viagem não entregues, a Hurb agora é alvo de uma nova crise — desta vez, dentro de casa. Ex-funcionários da empresa estão entrando na Justiça após uma demissão em massa ocorrida em fevereiro deste ano, alegando não terem recebido os valores devidos pelas rescisões trabalhistas. Em muitos casos, o prejuízo individual chega perto dos R$ 50 mil.

Foram três dias seguidos de cortes, que atingiram profissionais de diversas áreas. Desde então, ao menos 50 ações trabalhistas foram registradas apenas nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo — número que já se aproxima de um quarto do total acumulado nos últimos dois anos.

Entre os relatos, há casos de trabalhadores que não receberam verbas como décimo terceiro salário, aviso prévio, férias, FGTS e as devidas multas. Em troca, a empresa ofereceu os notebooks e equipamentos usados no dia a dia como forma de compensação parcial — prática que não tem respaldo legal como substituição de valores rescisórios.

Após os cortes, a sede da Hurb, localizada na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, foi fechada. A empresa também teve seu cadastro suspenso no Ministério do Turismo e está proibida, por determinação da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), de comercializar pacotes com datas flexíveis enquanto não comprovar capacidade de cumprir os contratos em vigor.

Quase 90 mil consumidores já registraram queixas formais contra a companhia. A Senacon, junto ao Ministério do Turismo, discute a criação de regras mais rígidas para esse tipo de modelo de negócio, semelhante ao da 123 Milhas, que também enfrentou crise após não conseguir honrar pacotes vendidos com valores promocionais.

Mesmo não estando em recuperação judicial, a Hurb segue operando sob desconfiança. A empresa, procurada para comentar os processos e denúncias, afirmou em nota que, por motivos legais, não se pronuncia sobre casos em andamento, mas que está à disposição dos órgãos responsáveis.

*Com informações da CBN