Médicos terceirizados suspendem atendimentos por falta de pagamento em Novo Hamburgo

Aproximadamente 20 médicos que atuam nas unidades de Pronto Atendimento (UPAs) 24 Horas de Novo Hamburgo, nos bairros Canudos e Centro, e nas unidades de saúde dos bairros, estão com os atendimentos suspensos desde a noite de quarta-feira (23).

A informação é confirmada pela AML Assessoria Médica Gestão em Saúde LTDA, empresa responsável pela contratação dos profissionais.

Segundo a empresa, a suspensão ocorre pela falta de pagamento aos profissionais da saúde, que estão desde fevereiro enfrentando atrasos nos salários.

UPA Canudos estava com aproximadamente 20 pessoas na espera de atendimento em torno das 10h desta quinta-feira (24) | abc+



UPA Canudos estava com aproximadamente 20 pessoas na espera de atendimento em torno das 10h desta quinta-feira (24)

Foto: Paola Altneter/GES-Especial

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A AML foi contratada pela Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo (FSNH) em novembro de 2024 com o objetivo de prestar serviços médicos especializados, em regime de plantão, nas áreas de pediatria, psiquiatria e medicina de emergência, no âmbito da rede pública de saúde do município. A suspensão dos serviços deve seguir até a regularização do pagamento.

Em nota, a AML informou que quatro notas fiscais estão inadimplidas até o momento, totalizando o valor de R$ 193.017,62, com vencimentos ultrapassados do prazo legal.

De acordo com a empresa, no dia 15 de abril, a AML notificou formalmente a FSNH, concedendo prazo até o dia 18 de abril para quitação integral dos valores devidos. A notificação alertava para a possibilidade de suspensão da prestação dos serviços a partir de 21 de abril, caso não houvesse regularização.

“Infelizmente, o prazo expirou sem qualquer manifestação da administração ou pagamento dos valores em atraso, o que obrigou a empresa, por questões de responsabilidade financeira e contratual, a suspender a continuidade dos serviços, conforme lhe é autorizado pela legislação.”

A AML ainda diz que “lamenta profundamente a adoção desta medida, especialmente por seu impacto na população local, e reforça que segue à disposição para o diálogo com as autoridades responsáveis, visando a regularização contratual e a retomada imediata dos serviços”.

O que diz a FSNH

De acordo com a Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo (FSNH), o pagamento das empresas contratadas para prestação de serviços será feito conforme cronograma de débitos.

A FSNH também informa que “os médicos com vínculo empregatício, que representam a grande maioria do corpo clínico, estão com os salários em dia, assim como todo o quadro de pessoal”.

A administração informa ainda “que está fazendo o possível para honrar com os compromissos junto aos prestadores, e para que os atendimentos a população não sejam prejudicados”.

Além disso, diz que não há registro de paralisação registrado pelas coordenações até o momento. “Não registramos a falta de nenhum médico ainda. Em todas as equipes temos médicos concursados, médicos contratados por processo seletivo, cedidos pela prefeitura ou terceirizados. Até agora não houve falta de nenhum e tampouco houve prejuízo ao atendimento.”

Movimento nas UPAs Canudos e Centro

Usuários das UPAs têm encontrado movimento maior em função, especialmente, de casos com sintomas de dengue e resfriados. Nos locais, o tempo de espera depende do protocolo de cores, onde as pulseiras vermelhas e amarelas têm prioridade no atendimento.

Hoje, a reportagem foi até as UPAs Canudos e Centro, em Novo Hamburgo, onde havia aproximadamente 20 pessoas aguardando atendimento médico em cada unidade.

Luiz Fernando dos Santos (29) contou que a mãe, Cenita Pinheiro Dickel (65), chegou em torno das 18h30 na UPA Centro na última quarta-feira (23) e aguardou até às 22h30, porém, até o momento havia passado apenas pela triagem, então desistiu e foi para casa.

Retornaram à UPA Canudos na manhã desta quinta-feira (24), pois ela ainda sente sintomas de virose ou dengue. Eles chegaram aproximadamente às 8h20 e duas horas depois ainda aguardavam atendimento.

Na UPA Centro, a maioria das pessoas aguardava há aproximadamente duas horas, pois a classificação das pulseiras não indicava urgência.

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