Superlotação: Hospital da USP tem ocupação 300% acima da capacidade

São Paulo — O Hospital Universitário (HU) da Universidade de São Paulo (USP) enfrenta mais um episódio de superlotação. O pronto-socorro (PS) está com ocupação acima de 300% de sua capacidade e casos menos graves são encaminhados para atendimentos de rede de atenção primária, como Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto-Atendimento (UPA).

O cenário já se estende há, pelo menos, dois anos. Segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), o HU sofre com desmonte, em especial pela falta de funcionários devido a suspensão de concursos. A contratação de efetivos só voltou a ser feita em 2023.

Em julho de 2024, o Sintusp relatou que a UTI de adultos do hospital estava com todos os leitos ocupados e com a semi-intensiva bloqueada em decorrência da falta de funcionários — calcula-se que cerca de 100 leitos estavam sem uso por conta disso.

Em nota, o Hospital Universitário afirmou que, atulmente, há apenas 11 leitos de observação e estão sendo utilizadas macas extras devido a alta demanada de urgência. “Somado à limitação da estrutura física, há que se considerar a sobrecarga para a equipe assistencial, dimensionada para atender um número de pacientes que vem se tornando maior a cada dia, com quadros clínicos e sociais cada vez mais complexos.”

A unidade médica declarou ainda que a condição tem sido reportada às autoridades da saúde com objetivo de buscar soluções estruturantes. “O HU-USP cumpre um papel importante na formação de profissionais da saúde e colabora com o SUS dentro de sua capacidade, a ampliação de leitos e de serviços de saúde na região depende de ações coordenadas das autoridades públicas de saúde, que devem considerar as necessidades locais e garantir o adequado acesso da população aos serviços hospitalares”.

Superlotação não é novidade

Em agosto de 2023, o HU suspendeu por tempo indeterminado o atendimento de pacientes no pronto-socorro adulto e cirurgias eletivas foram canceladas até o final do mês.

A administração revelou, à época, que a decisão foi resultado de uma superlotação na unidade, que estava recebendo mais que o dobro do número de pacientes que foi planejada para atender.

O HU também solicitou que o Samu, o Corpo de Bombeiros e os sistemas da rede municipal e estadual não encaminhassem novos pacientes para a unidade.

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