Brasil na COP30: a vitrine verde para o mundo e a realidade da Amazônia viva

bioeconomia na Amazônia
Foto: Ricardo Stuckert/PR

Desta vez, o Brasil não chega à Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP) como um mero participante. Na COP30, além de sermos palco, somos os protagonistas de um futuro que precisa produzir alimentos de forma sustentável. Essa será uma oportunidade única de comunicar nosso exemplo para o mundo.

Além de sermos um dos países com mais áreas de preservação, com cerca de 70% de sua vegetação nativa, produzimos alimentos de forma eficiente, através do uso da tecnologia aliada à sustentabilidade. Tal conquista vai além das estatísticas. Nossa preservação não se mantém sozinha e muito menos se sustenta com discursos vazios. 

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Com mais de 30 milhões de brasileiros vivendo na Amazônia Legal, o grande desafio é transformar a biodiversidade em renda, emprego e dignidade. E isso exige algo que hoje falta: investimento real. O povo da floresta não pode continuar vivendo de promessas. Preservar custa caro. Explorar com sustentabilidade exige tecnologia, crédito, infraestrutura e educação. A floresta não sobrevive apenas com promessas internacionais. O povo da Amazônia precisa transformar a biodiversidade em oportunidade.

É hora de os países ricos saírem da retórica e entrarem no campo da responsabilidade. Não basta exigir proteção ambiental dos países do Sul, enquanto continuam financiando cadeias poluidoras no hemisfério Norte. Quem quer a floresta em pé precisa pagar por isso. Quem exige preservação deve investir em bioeconomia, ciência e valorização da floresta como ativo global. O mundo não pode cobrar do Brasil o que ele mesmo não está disposto a financiar.

Além disso, o Brasil precisa avançar em parcerias bilaterais concretas e operacionais com países desenvolvidos, voltadas para acelerar a implementação de soluções sustentáveis. Transferência de tecnologia limpa, programas de crédito verde e fundos de financiamento para cadeias produtivas sustentáveis devem sair do papel e chegar aonde mais importa: na ponta, no produtor, na comunidade ribeirinha, na cooperativa amazônica. Sustentabilidade não se faz com diplomacia vazia, mas com ação coordenada, pragmática e duradoura. 

O Canal Rural vem acompanhando e mostrando ao mundo, de forma permanente, o compromisso do agronegócio brasileiro com o meio ambiente. A produção agropecuária nacional segue, cada vez mais, padrões rigorosos de sustentabilidade, investindo em tecnologia de precisão, recuperação de pastagens, integração lavoura-pecuária-floresta e rastreabilidade ambiental. O Canal Rural tem se empenhado em dar visibilidade a essa realidade — muitas vezes ignorada pela opinião pública internacional —, promovendo um debate sério, baseado em dados e com foco no futuro. Ou o mundo aprende com o Brasil, ou vai continuar financiando discursos vazios enquanto a floresta morre por abandono.

Há um fato que não pode ser ignorado por nenhum líder mundial presente na COP30: o Brasil é o único país do planeta com um Código Florestal que exige, por lei, que o produtor rural na Amazônia preserve 80% de sua propriedade com floresta nativa. Nenhum outro país impõe ao seu setor produtivo tamanho compromisso ambiental. Isso significa que o Brasil não apenas produz com responsabilidade, mas lidera com exemplo. Existe maneira mais eficaz de aprendizado? Ensinar o mundo pelo exemplo da nossa agropecuária potente, crescente e plural.

Além de tudo isso, não poderíamos deixar de acrescentar que só há um caminho para a mitigação das mudanças climáticas no planeta que desafiam os nossos modos de produção: a transição energética. Esta mudança só será possível com o uso de biocombustíveis, etanol de segunda geração, além das energias renováveis como a solar e a eólica. Esta é uma verdadeira oportunidade estratégica para unir preservação ambiental, crescimento econômico e inclusão social. Defender a infraestrutura verde e incentivar a bioeconomia pode atrair capital internacional e gerar emprego de qualidade. A transição energética não é custo. É a chance de garantir um futuro para as novas gerações. O clima já está dando sinais urgentes dessa necessidade. Nunca se viu tantas intempéries climáticas: de enchentes a estiagens severas comprometendo as safras e a vida das pessoas. 

A COP30 no Brasil não pode ser apenas mais um evento da Organização das Nações Unidas (ONU). Tem que ser um divisor de águas. Para o Brasil, será a chance de mostrar que podemos ser a vitrine verde do planeta e, ao mesmo tempo, a garantia de uma segurança alimentar do futuro. Somos protagonistas na produção de alimentos, na preservação e na economia verde. Somos uma potência ambiental na linha de frente da preservação que precisa ser financiada, apoiada e respeitada por todos os países desenvolvidos que aqui estarão em novembro, em Belém do Pará.

O Brasil não precisa escolher entre floresta e desenvolvimento. A escolha já foi feita: o futuro será verde ou não será. Simples assim.

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