Líderes avaliam que Motta sai fortalecido após decisão sobre anistia

Líderes partidários do Centrão e do PT avaliam que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), sai fortalecido depois da decisão sobre o projeto de lei (PL) que propõe anistiar os envolvidos nos atos criminosos do 8 de janeiro de 2023. Na quinta-feira (24/4), Motta e líderes da Casa decidiram que a proposta não avançará dentro do Legislativo neste momento.

A percepção é de que o presidente da Câmara conseguiu reunir em torno de si o apoio de todos os líderes, à exceção do Novo e do PL, que insistem que o tema seja analisado imediatamente. A avaliação feita é de que Motta passou uma “mensagem de força” sem ser uma “mensagem dura”.

Dentro do Congresso, líderes e congressistas inevitavelmente fazem comparações entre um presidente e outro, principalmente quando existe a troca recente. Eles dizem que o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) tinha o perfil de ser “mais duro” ao passar mensagens que envolviam projetos, enquanto Motta passa o recado, mas com o reforço da “abertura ao diálogo”.

“Isso não está dizendo que nós não seguiremos dialogando pela busca de uma solução para o problema. Tenho que, enquanto presidente, decidir a pauta. A pauta é um dever do presidente”, disse Motta após sair da reunião de líderes que decidir não  pautar a anistia.

Como mostrou o Metrópoles, líderes indicaram no encontro com Motta que deputados das suas bancadas apoiaram o requerimento de urgência do texto por pressão, mas não gostariam de fato vê-lo pautado em plenário. Líderes dizem que também sofreram pressão, apesar de vários alegarem ser contrários a uma anistia “irrestrita”.

A expectativa é de que, apesar de a oposição ameaçar obstrução dos trabalhos, o PL e o Novo fiquem isolados na insistência no tema. Na próxima semana, um dos focos do PL será outro: o pedido do PL para suspender a ação penal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) no Supremo Tribunal Federal (STF).

O texto deve começar a ser debatido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara na próxima quarta-feira (30/4).

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