Projeto social de Gramado completa 20 anos com o propósito de formar cidadãos

Ao longo dos últimos 20 anos, a vida de centenas de crianças e adolescentes foi transformada pela Pastoral do Menor Adolescente (Pama). O projeto de cunho social que celebrou as duas décadas de atuação, na sexta-feira, dia 18, tem como pilares a escuta, o acolhimento e a profissionalização.

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O sonho de um grupo de catequistas da capela Nossa Senhora Aparecida, do bairro Piratini, em Gramado, tornou-se realidade e transformou a comunidade.

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Atualmente, são atendidos 78 jovens entre os 10 e 16 anos. Durante as tardes, eles participam de oficinas gratuitas de informática, artesanato, inglês, música, teatro, fotografia, desenho digital, dança e taekwondo. Há momentos, ainda, para falar das vivências e das questões emocionais que envolvem as crianças e adolescentes. Os estudantes sugerem oficinas e os temas trabalhados são atuais. Na aula de informática, por exemplo, aprendem a editar vídeos.

Rose Wingert Galgaro, de 54 anos, é a coordenadora da Pama e também uma das mulheres do grupo que idealizou o projeto. Começou como voluntária das oficinas de artesanato e sempre se envolveu nas atividades. “A gente conseguiu construir um espaço de convivência saudável para que a comunidade seja melhor”, alega.

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A Pama – que tem uma equipe de 17 pessoas – é mantida pela Diocese de Novo Hamburgo, com apoio do poder público, conselhos municipais, empresas e entidades. Também conta com ajuda dos moradores da cidade, que realizam doações ou compram os itens produzidos no local, como pães.

“São 20 anos de muitos aprendizados. Esse tempo aqui me fez uma pessoa melhor para conseguir entender o outro, acolher e jamais julgar. Isso é algo que temos muito claro: nunca julgue e acolha sempre. É buscar entender as razões do que está acontecendo e se colocar à disposição”, enfatiza a coordenadora.

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Blitz de aniversário

Nesta sexta-feira, dia 25, será realizada uma blitz comemorativa ao aniversário da Pama. Entre 14 e 16 horas, haverá distribuição de bolo na frente da capela, assim como atividades ao ar livre para que as pessoas conheçam mais sobre o projeto.

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A produção foi intensa ao longo da semana para poder produzir a torta que, inclusive, é um dos lanches preferidos da garotada. “É uma forma simples, mas original para que a comunidade possa comemorar com a gente”, descreve Rose, afirmando que outras ações ocorrerão ao longo deste ano comemorativo.

“Para mim é um segundo lar”, diz aluno

Um dos exemplos de transformação do projeto é o da Nayane Schultz, de 15 anos. Ela participou das aulas por cerca de dois anos e fez diversas oficinas, como inglês, violão, desenho e informática.

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“Mas acho que o principal foi a interação. Antes, eu não conseguia nem olhar para as pessoas e agora está bem melhor”, conta a jovem, que entrou recentemente no mercado de trabalho. “Fui aprendendo a me comunicar melhor e isso me ajudou muito”, complementa.

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As palavras refúgio, acolhimento e bem-estar estão entre as mais usadas pelos jovens ao descrever a Pama. “Para mim é um segundo lar. Um lugar que eu gosto de ficar e me sinto acolhido”, afirma Pedro Foss, de 13 anos. A equipe do projeto conta com a psicóloga Adriane Arruda, que faz esse trabalho de escuta e de reflexão em grupos, desde 2022. Eles são separados por faixa etária e são instigados a abordar emoções e comportamentos sem julgamentos.

“A ideia é a gente oferecer esse espaço para que eles possam falar. Os assuntos abordados ficam sempre aqui na sala para que eles saibam que têm aquele momento de conexão”, acentua a profissional, responsável também por iniciar a preparação dos alunos para o mercado de trabalho.

Como participar do projeto

A Pastoral do Menor Adolescente tem capacidade para atender até 90 jovens, por isso, ainda estão aceitando inscrições. Quem tiver interesse, pode buscar mais informações através do WhatsApp (54) 3286-6485. Entre os critérios, é preciso ter entre 10 e 16 anos e estudar no período da manhã, já que as atividades ocorrem somente à tarde.

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“A gente analisa se há algum tipo de vulnerabilidade na família e não falando apenas de dinheiro. Trabalhamos com o fortalecimento de vínculos e consideramos também se eles possuem alguma dificuldade de interação, de socialização”, reforça a coordenadora.

Além das famílias que buscam pelo projeto, crianças e adolescentes também são encaminhados através do Conselho Tutelar e outros órgãos assistenciais. Os alunos têm uma tarde fixa de programação e podem fazer as demais oficinas de acordo com a preferência. Na maioria dos casos, os jovens possuem vínculos com o bairro, pois não é disponibilizado transporte.

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Apesar de o projeto ser diretamente ligado com a Igreja Católica, Rose enfatiza que todas as religiões são aceitas e acolhidas. “Não temos uma doutrina, apenas trabalhamos valores e respeito. Todos são sempre muito bem-vindos”, reforça Rose, ao citar que as pessoas também podem se voluntariar para auxiliar.