HÁ 20 ANOS – A esperança de que um Papa conservador vire um reformista

Bento XVI, recém-eleito, começa a ser apresentado por parte da mídia internacional como um homem capaz de promover mudanças, algumas até audaciosas.

Por conservadores, os Republicanos, por exemplo, promoveram avanços em matéria de política externa nos Estados Unidos que os Democratas não teriam peito ou condições para promover.

Aqui, Lula (PT) tem mais legitimidade do que José Serra (PSDB) e do que Fernando Henrique (PSDB) para governar pela direita.

Com certeza, Tancredo Neves faria um governo mais conservador do que fez seu vice José Sarney. Por falta de legitimidade e de apoio político, Sarney foi obrigado a acelerar mudanças que Tancredo tocaria com o pé no freio.

Tudo isso é para dizer que Bento XVI, de fato, pode reformar mais a Igreja do que um Papa reformista o faria. Mas não creio que procederá assim. Ele é visceralmente conservador. E tem sólidas bases teológicas para se comportar assim.

Duvido que surpreenda o mundo. Em todo o caso, torço para que surpreenda.

 

(Publicado aqui em 26 de abril de 2005)

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