Trisal forçou trabalhador gay escravizado a tatuar iniciais do patrão

Um trisal de homens foi preso por manter duas pessoas em condições análogas à escravidão em Planura (MG), cidade que fica a 585 quilômetros de Belo Horizonte. A operação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgatou um homem homossexual e uma mulher transgênero, ambos de nacionalidade uruguaia. Uma das vítimas – o homem – foi forçada a tatuar a inicial de um dos patrões.

O resgate ocorreu após uma denúncia que revelou sistemáticas violações de direitos humanos, incluindo trabalho forçado, cárcere privado, exploração sexual e violência física e psicológica contra os trabalhadores. As vítimas foram traficadas para Minas Gerais e submetidas a jornadas exaustivas, sem remuneração e em condições precárias de moradia e trabalho


AVC e tatuagem

  • As vítimas foram aliciadas por meio de redes sociais, onde os empregadores usavam plataformas para abordar indivíduos em situação de vulnerabilidade socioeconômica e afetiva, prometendo falsas oportunidades de trabalho, moradia e acolhimento.
  • O principal alvo do trisal era membros da comunidade LGBTQIAPN+, “com o objetivo de estabelecer vínculos de confiança e, posteriormente, promover situações abusivas e degradantes”.
  • O homem homossexual ficou nove anos sofrendo abusos sexuais e psicológicos e foi obrigado a tatuar a inicial de um dos patrões.
  • A mulher transgênero chegou a sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), possivelmente causado pelo estresse e pelas violências presenciadas.

A ação foi realizada nos dias 8 e 15 de abril pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio da Auditoria Fiscal do Trabalho. A operação contou com a participação do Ministério Público do Trabalho (MPT), da Polícia Federal (PF) e do acompanhamento da Clínica de Enfrentamento ao Trabalho Escravo do Centro Universitário Presidente Antônio Carlos (UNIPAC).

Os três empregadores foram presos em flagrante pela Polícia Federal (PF). As vítimas estão sendo acolhidas pela Clínica de Enfrentamento ao Trabalho Escravo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pela UNIPAC, que oferecem assistência médica, psicológica e jurídica.

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