9 melhores paraísos fiscais para criptomoedas em 2025

Com a aproximação da declaração de imposto de renda, um assunto volta à tona: como pagar menos ao Leão. De forma legal, claro. É neste momento, que um termo bastante comum circula nas rodas de conversa do brasileiro, principalmente aqueles que investem em criptomoedas: os paraísos fiscais.

A lista abaixo é uma compilação de lugares que usuários na internet citam com frequência, junto com uma pesquisa acerca da jurisdição dos países ou regiões. Portanto, vale dizer que para mais informações sobre como exercer o benefício é interessante sempre consultar um profissional da área.

O que são, e como se aproveitar legalmente dos paraísos fiscais?

Os paraísos fiscais são jurisdições, como um país, território ou região, que oferece impostos muito baixos (ou até nulos) sobre renda, ganhos de capital e heranças. Além disso, essas localidades costumam garantir sigilo financeiro.

Ou seja, grande parte destes lugares dificulta o acesso de autoridades internacionais a informações sobre contas e ativos.

Para o brasileiro, pode ser uma excelente alternativa. Isso porque, no Brasil, os lucros com criptoativos são tributados como ganhos de capital (15% a 22,5%), e a Receita Federal exige a declaração de ativos digitais no exterior.

Vale lembrar que, ter uma empresa ou conta em um paraíso fiscal é legal, esconder ativos não é. Ou seja, o uso estratégico de jurisdições de baixa tributação é legal. Mas exige responsabilidade e cumprimento das obrigações fiscais brasileiras.

Nove países são ideais para investidores de criptoativos que buscam evitar tributação: Mônaco, Portugal, Singapura, El Salvador, Geórgia, Bermudas, Malta, Tailândia e Vanuatu.

Esses países, conhecidos por suas políticas fiscais favoráveis ou inexistentes sobre ganhos de capital em criptomoedas, têm atraído investidores globais em um momento de crescente adoção de ativos digitais.

Também é importante ressaltar que, para que o brasileiro aproveite estes benefícios dos paraísos fiscais, ele precisa deixar de ser residente fiscal no Brasil. O que exige passar mais de 183 dias por ano fora do país e formalizar sua saída definitiva junto à Receita Federal, conforme a Instrução Normativa RFB nº 208/2002.

Mônaco: um refúgio de luxo para investidores

Mônaco, conhecido por sua paisagem deslumbrante e estilo de vida luxuoso, é um dos destinos mais atraentes para investidores de criptoativos.

A região é um pequeno principado na Riviera Francesa, famoso por seu cassino de Monte Carlo, iates luxuosos e o Grande Prêmio da Fórmula 1.

Com uma população de cerca de 39.000 habitantes, o país tem uma economia baseada em turismo, finanças e imobiliário. Sua política de zero impostos atrai milionários e bilionários de todo o mundo, com 32% dos residentes sendo milionários, segundo a Forbes (2024).

No entanto, o custo de vida é extremamente alto: o preço médio de um apartamento em Monte Carlo é de €48.000 por metro quadrado, conforme a Knight Frank (2025).

O principado não impõe imposto sobre ganhos de capital para indivíduos, o que inclui lucros obtidos com a venda de criptomoedas.

De acordo com o site oficial do governo de Mônaco, não há imposto de renda para pessoas físicas. Exceto para cidadãos franceses que se mudaram para o principado após 1957.

Essa política faz de Mônaco um paraíso fiscal para investidores cripto, como destacado em um relatório da PwC de 2024 sobre tributação de criptoativos.

No entanto, outros especialistas alertam para o alto custo de vida e os requisitos rigorosos para residência. Por exemplo, um depósito bancário mínimo de €500.000, que limita o acesso a esse benefício.

Portugal: o fim do regime NHR e novas regras

Portugal ganhou fama como um destino favorável para criptoativos devido ao seu regime de Residente Não Habitual (NHR), que oferecia isenção de impostos sobre ganhos de capital para novos residentes.

No entanto, o governo português encerrou o programa NHR no final de 2023, conforme anunciado pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT). Em 2025, os ganhos com criptomoedas são isentos de tributação apenas se não forem considerados rendimentos profissionais ou comerciais, segundo a AT.

Isso significa que investidores individuais que compram e vendem criptoativos sem atividade comercial regular ainda podem evitar impostos. Mas a venda de criptoativos detidos por menos de um ano agora é tributada a uma alíquota de 28%.

Apesar das mudanças, Portugal continua atraindo investidores cripto devido à sua infraestrutura tecnológica e qualidade de vida.

Portugal é um país da Europa Ocidental com uma economia diversificada, baseada em turismo, tecnologia e agricultura. Lisboa e Porto são hubs tecnológicos em crescimento, e o Algarve atrai expatriados com suas praias e clima ameno.

O custo de vida é relativamente baixo em comparação com outros países europeus: um aluguel de um quarto em Lisboa custa cerca de €800 por mês, segundo a Numbeo. O país também oferece uma infraestrutura robusta para cripto, com eventos como a Web Summit atraindo empresas do setor.

Singapura: um centro financeiro sem impostos sobre ganhos de capital

Singapura é amplamente reconhecida como um hub financeiro global e um dos melhores destinos para investidores de criptoativos. A Autoridade Monetária de Singapura (MAS) e a Inland Revenue Authority of Singapore (IRAS) estabeleceram que não há imposto sobre ganhos de capital para indivíduos.

Incluindo lucros de criptomoedas, desde que não sejam considerados rendimentos de uma atividade comercial. Um guia da IRAS de 2024 confirma que apenas empresas ou indivíduos que operam como traders profissionais estão sujeitos a tributação.

A política fiscal favorável, combinada com uma regulamentação clara para criptoativos, faz de Singapura estar entre os excelentes paraísos fiscais.

Um relatório da CoinGecko de 2025 destaca que Singapura tem uma das maiores taxas de adoção de criptoativos na Ásia. Com 20% da população possuindo algum tipo de ativo digital.

Singapura é um centro financeiro global, com uma economia altamente desenvolvida baseada em finanças, tecnologia e comércio. O país tem uma população de 5,7 milhões e é conhecido por sua estabilidade política, infraestrutura avançada e multiculturalismo.

El Salvador: pioneiro na adoção do Bitcoin

El Salvador se tornou um ícone no mundo cripto ao adotar o Bitcoin como moeda legal em 2021. O governo, liderado pelo presidente Nayib Bukele, eliminou todos os impostos sobre ganhos de capital e renda relacionados a criptomoedas, conforme a Lei Bitcoin.

Além disso, em 2024, o governo introduziu incentivos fiscais adicionais para atrair investidores estrangeiros, como isenção de impostos sobre renda e propriedades para quem investe em projetos locais, segundo um comunicado do Ministério da Economia.

A estratégia de El Salvador tem atraído atenção global, mas também críticas devido à volatilidade do Bitcoin. No entanto, a economia do país ainda enfrenta desafios, como a dependência de remessas e a inflação global.

Geórgia: isenção total para Pessoas Físicas

A Geórgia é mais um na lista de paraísos fiscais atraentes para investidores cripto, com uma política de isenção total de impostos sobre ganhos de capital para indivíduos.

O Serviço de Receitas da Geórgia (RS) confirmou em 2023 que lucros de criptomoedas não são tributados para pessoas físicas, embora empresas estejam sujeitas a um imposto corporativo de 15% sobre lucros.

Além disso, a Geórgia não cobra IVA (Imposto sobre Valor Agregado) sobre transações de criptoativos, tornando-a um ambiente favorável para o setor.

Um relatório da Blockchain Association de 2024 classificou a Geórgia como um dos países mais amigáveis para cripto na Europa Oriental.

Para os que não são excelentes em geografia, a Geórgia está a Europa e a Ásia. A região tem uma economia em crescimento baseada em turismo, agricultura e tecnologia. Com uma população de 3,7 milhões, o país é conhecido por suas montanhas, vinícolas e hospitalidade.

Bermudas: um paraíso offshore para criptoativos

Bermudas é um conhecido paraíso fiscal e tem se posicionado como um hub para criptoativos. O governo das Bermudas, por meio da Bermuda Monetary Authority (BMA), não impõe impostos sobre ganhos de capital, renda ou dividendos para indivíduos, conforme detalhado no site oficial do governo.

Além disso, a Lei de Negócios de Ativos Digitais de 2018 regula o setor cripto, atraindo empresas e investidores com um ambiente seguro e livre de impostos.

A ilha também é um hub para seguros e resseguros, sendo chamada de “capital mundial dos seguros” pela Bloomberg. Sua infraestrutura tecnológica é avançada, com conectividade de alta velocidade que suporta operações de cripto.

Malta: a “ilha blockchain” com benefícios fiscais

Malta, frequentemente chamada de “Ilha Blockchain”, tem uma abordagem favorável a criptoativos. A Malta Financial Services Authority (MFSA) e as leis fiscais do país estabelecem que ganhos de capital com criptomoedas não são tributados para investidores individuais.

Desde que não sejam considerados rendimentos comerciais, conforme um guia da PwC Malta de 2024. No entanto, transações frequentes podem ser classificadas como atividade comercial, sujeitando os lucros a uma alíquota de até 35%.

Malta também oferece um regime fiscal atraente para empresas cripto, com incentivos para startups de blockchain.

Tailândia: novas regras para isenção de impostos

A Tailândia ajustou sua legislação sobre criptoativos em 2024, eliminando o imposto sobre ganhos de capital para investidores individuais, conforme anunciado pelo Departamento de Receita da Tailândia (RD).

Anteriormente, lucros de criptomoedas eram tributados a uma alíquota de até 15%, mas a nova política busca atrair investidores e empresas do setor.

No entanto, transações de criptoativos ainda estão sujeitas a um IVA de 7%, o que pode impactar o custo de negociação. A Tailândia também tem se posicionado como um hub cripto na Ásia, com exchanges como Bitkub crescendo em popularidade.

Vanuatu: um paraíso no Pacífico

Vanuatu, uma nação insular no Pacífico, é outro destino livre de impostos para criptoativos. O governo de Vanuatu não impõe imposto sobre ganhos de capital, renda ou herança, conforme detalhado no site oficial do governo.

Além disso, Vanuatu tem promovido a adoção de criptoativos, aceitando Bitcoin para programas de cidadania por investimento desde 2017.

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