“Está insuportável passear em Gramado”: Prefeitura quer endurecer regras sobre abordagens na cidade

“Está insuportável passear em Gramado. A cada 20 passos que você dá, tem alguém te abordando”. Esse é um dos relatos publicados por uma turista nas redes sociais ao citar a experiência de visitar a cidade. O desabafo é sobre a venda de cotas hoteleiras.

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Rua Coberta, Gramado, movimentação turística, Centro de Gramado



Rua Coberta, Gramado, movimentação turística, Centro de Gramado

Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL

O tema polêmico é assunto recorrente e cada vez mais comentado na Internet. Oferecendo brindes, jantares e ingressos para atrações, os visitantes são chamados a conhecer um empreendimento hoteleiro e a adquirir frações dos apartamentos. Em alguns casos, afirmam episódios de coação e de extrema insistência para a compra do produto.

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O município regulamentou a proibição de que essas abordagens ocorressem em vias pública há alguns anos e, em 2023, emitiu um decreto de que a captação de clientes para estabelecimentos ou atividades, de qualquer ramo, só pode ser explorada nas áreas internas do estabelecimento. É vedada a utilização de recuos de calçadas, por exemplo, e áreas externas.

Agora, o prefeito Nestor Tissot relata que quer endurecer ainda mais as regras. “Está um assunto chato, ridículo. O turista fica indignado com isso”, destaca. Entre os depoimentos, os visitantes contam que as abordagens estão sendo realizadas nas lojas, restaurantes, no café da manhã do hotel, dentro de atrativos turísticos. 

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“Nós vamos estudar uma lei que, além do decreto que nós temos na parte pública, nós vamos ver na parte privada, dentro do estabelecimento. Porque o alvará é para determinado fim, não é para vender cota. Se é um hotel, é para explorar a atividade hoteleira. Se é um restaurante, é para explorar atividade gastronômica. Não é pra vender cota. Então, nós vamos ver com o nosso jurídico e vamos agir, porque vão acabar destruindo a nossa cidade”, pontua Nestor. “O visitante tem que vir pra cá e ficar feliz na cidade, não pode ser abordado”, completa.

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Ainda, o prefeito aponta que outros projetos polêmicos serão encaminhados para tramitação da Câmara, como a proibição de personagens na Rua Coberta e a regulamentação do uso de patinetes elétricas.

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“A gente faz um esforço, noticia todos os eventos, investe em propaganda, deixa a cidade segura. É para quem isso? É para a nossa sociedade ser beneficiada, mas não dessa forma, com agressão, no sentido de insistência para a venda daquele produto”, acentua Nestor, pedindo apoio dos sindicatos das categorias para que auxiliem no trabalho de conscientização junto aos associados.

Lei também em Canela

Em Canela, ocorrerá, na terça-feira (29), uma audiência pública para tratar do tema. A proposição do vereador Lucas Dias (PSDB) pretende proibir totalmente a abordagem comercial nas ruas da cidade.

“A insistência da abordagem nas ruas está prejudicando a experiência que vem para cá, está afastando os turistas, manchando a imagem de Canela. Se a gente quer uma cidade forte, acolhedora e organizada, a mudança tem que começar agora”, declara o parlamentar em vídeo publicado nas redes sociais.

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O município já possui uma lei municipal, de 2023, que proíbe ações como a panfletagem publicitária e a abordagem pessoal de pedestres ou veículos para fins publicitários, propagandísticos ou de venda direta ou indireta em espaços públicos.

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