Líder de Lula critica União por entregar PEC da Segurança a opositor

Líder do governo Lula na Câmara, o deputado federal José Guimarães (PT-CE) afirmou que a escolha do União Brasil por Mendonça Filho (PE) como relator da PEC da Segurança Pública é negativa e não foi combinada com o Planalto, autor da proposta. A definição da relatoria foi anunciada nesta segunda-feira (28/4) por Paulo Azi (BA), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

“Não foi combinado. Acho muito ruim. Não podia ser definido sem conversar conosco. O governo foi surpreendido com essa indicação. Não é um bom caminho esse tipo de coisa”, disse José Guimarães ao Metrópoles.

O União Brasil faz parte da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e recentemente foi contemplado com a manutenção do Ministério das Comunicações após criar uma crise com o Planalto.

Mendonça Filho integra a expressiva ala da legenda que se posiciona como oposição ao governo Lula, apesar da representação com três ministérios na Esplanada. Ele é originário do antigo DEM, partido que se fundiu com o PSL para fundar o União Brasil, e foi ministro da Educação do governo de Michel Temer (MDB).

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O líder do governo Lula na Câmara, José Guimarães (PT-CE)

Lewandowski vai enviar PEC da Segurança semana que vem para o Congresso
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O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

Ricardo Stuckert/PR

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O líder do governo Lula na Câmara, José Guimarães (PT-CE)

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BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto

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Lewandowski vai enviar PEC da Segurança semana que vem para o Congresso

Vinícius Schmidt/Metrópoles

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) foi enviada pelo governo Lula ao Congresso Nacional no último dia 23, após mais de um ano de negociações diante da resistência de governadores à pauta. O texto visa ampliar a integração entre a União, estados e municípios na formulação e execução das políticas de segurança pública do País, dando mais poder de coordenação ao Planalto.

Equilíbrio

Azi defendeu a indicação de Mendonça Filho, apesar do seu alinhamento à oposição. “O momento exige habilidade política para conduzir o debate e buscar consenso em torno de um tema tão sensível. A segurança pública é uma preocupação de toda a sociedade brasileira, e precisamos de um relator que tenha equilíbrio, capacidade de diálogo e sensibilidade para ouvir todos os setores envolvidos”, disse o presidente da CCJ.

Uma situação parecida ocorreu com Mendonça Filho já no governo Lula 3. Foi quando ele foi escolhido pelo então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), como relator do Novo Ensino Médio, em 2023. Na ocasião, a escolha desagradou o Planalto, que teve uma longa e dura negociação com o parlamentar até sua aprovação, mais de um ano depois, em dezembro de 2024.

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