Crise da ViagensPromo afeta 200 agências em MG e gera prejuízo de R$ 5 milhões, aponta deputado em audiência na ALMG

LOGO VIAGENS PROMO Crise da ViagensPromo afeta 200 agências em MG e gera prejuízo de R$ 5 milhões, aponta deputado em audiência na ALMG

Agentes e deputados acusam golpe da operadora e apresentam impactos no mercado mineiro (Divulgação/ViagensPromo)

Durante audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o deputado estadual Professor Cleiton revelou números alarmantes relacionados à crise provocada pela empresa ViagensPromo: pelo menos 200 agências de turismo em Minas Gerais já foram impactadas, acumulando um prejuízo estimado em R$ 5 milhões. Os dados foram apresentados pelo parlamentar ao destacar a gravidade da situação e a urgência de medidas concretas de apoio ao setor.

A reunião, realizada no âmbito da Comissão de Defesa do Consumidor, reúne representantes de agências prejudicadas, advogados, parlamentares e empresários do setor turístico. Segundo Professor Cleiton, os impactos da crise não se limitam a prejuízos financeiros imediatos, mas colocam em risco a sobrevivência de pequenas empresas familiares, muitas delas localizadas no interior do estado.

“Os números são assustadores: mais de 200 agências impactadas, com perdas que já ultrapassam os R$ 5 milhões. E isso só em Minas. É um desastre que precisa de resposta urgente”, afirmou o deputado.

Comissão no MP e foco em Brasília

Diante do cenário, Cleiton anunciou que vai protocolar dois requerimentos imediatos: um para formalizar a investigação junto ao Ministério Público e outro para a criação de uma comissão parlamentar que fará uma visita oficial ao MP a fim de cobrar pessoalmente a apuração dos fatos e a responsabilização da ViagensPromo. A empresa é alvo de dezenas de denúncias por calotes e cancelamentos em massa de pacotes turísticos.

No entanto, o deputado foi direto ao descartar a viabilidade de qualquer tipo de socorro financeiro por parte do governo estadual:

“Vamos ser pragmáticos. Não acredito na criação de um fundo estadual. A situação fiscal do estado é crítica. A saída está em Brasília, onde estão os recursos e a capacidade de articulação federal.”

Cleiton propôs que a solução venha por meio de um fundo federal, a ser criado via projeto de lei no Congresso Nacional, voltado especificamente para a recuperação de agências de turismo afetadas por fraudes e calotes de operadoras. Ele citou como exemplo a recente ampliação de recursos para o setor cultural por meio da Lei Paulo Gustavo e destacou que uma mobilização similar é possível para o turismo.

“Foi um golpe planejado”, diz agentes

O gestor Fernando Moura, da empresa IBR Turismo, reforçou o colapso enfrentado por agências de pequeno porte, afirmando que a situação foi “um golpe planejado”. Ele criticou duramente a ausência de medidas preventivas por parte das operadoras e denunciou que agentes de viagem não foram avisados sobre a crise iminente, mesmo após entidades do setor já estarem cientes do risco.

“Compramos pacotes em setembro e, em março, a viagem ainda não havia sido paga. Onde está a responsabilidade das empresas que deram crédito à ViagensPromo?”, questionou. Moura defendeu a emissão imediata das passagens após o pagamento, como ocorre no setor aéreo, e criticou a responsabilização total das pequenas agências.

“Não é justo que o agente que recebe só 10% do valor fique com 100% da dívida. Quem tá vendendo imóveis para honrar clientes são as agências pequenas, não os grandes operadores.” Ele concluiu emocionado, ao ler uma carta de uma colega do setor: “Nenhuma fotografia deixará de ser tirada pelos nossos clientes. Vamos honrar todas as viagens, com integridade e lealdade”, finalizou.

Ainda em curso, já ficou acertado que a Assembleia mineira vai reunir esforços para construir uma ponte entre os agentes do setor, o Ministério Público e o Congresso Nacional. A meta: garantir justiça para os consumidores lesados e criar um ambiente jurídico que proteja as pequenas empresas de turismo em futuras crises.

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