Asas da Inclusão: Latam realiza voo simulado em Congonhas para pessoas autistas

IMG 20250430 WA0007 e1746021240317 Asas da Inclusão: Latam realiza voo simulado em Congonhas para pessoas autistas

Ação faz parte dos esforços de aprendizado da Latam para criar um ambiente mais inclusivo em toda a jornada do cliente (Divulgação/Latam)

A Latam Brasil promoveu, no último sábado (26), no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, uma ação especial denominada ‘Asas da Inclusão’. Já realizada no Chile (Santiago) e Peru (Lima), a iniciativa tem como objetivo proporcionar a pessoas no espectro autista e seus familiares a simulação de uma viagem de avião. A ação visa prepará-los para cada etapa da jornada, desde a chegada ao aeroporto até o momento do voo, contribuindo para reduzir a ansiedade e tornar a viagem mais previsível e tranquila.

Em parceria com a Associação dos Amigos da Criança Autista (AUMA), esta ação reuniu 50 convidados, incluindo 25 pessoas autistas e seus respectivos acompanhantes. Adicionalmente, a iniciativa contou com a participação de mais de 30 voluntários da Latam, incluindo membros da tripulação e outros colaboradores da companhia, além do apoio da Aena Brasil (administradora do aeroporto de Congonhas) e da consultoria especial da Associação Nacional Autistas do Brasil, por meio de seu presidente, Guilherme de Almeida.

A iniciativa nasceu com o intuito de promover e aprender ainda mais sobre a inclusão de pessoas autistas na indústria aérea. Henrique Mendes, coordenador de Desenvolvimento Organizacional da Latam Brasil, destaca a importância do aprendizado e capacitação para promover uma viagem segura e confortável a pessoas neurodivergentes. “A Latam reconhece que a diversidade neurológica é parte inseparável da diversidade humana. E voar também é um direito de quem percebe e sente o mundo de outro jeito. Por isso, nosso compromisso é aprender e construir uma acessibilidade a pessoas autistas que seja pensada com elas, e não apenas para elas”, destaca o coordenador que também atua no comitê global de Diversidade e Inclusão na organização.

“Sabemos que o ambiente dos aeroportos pode ser desafiador para pessoas neurodivergentes. Por isso, temos investido na criação de espaços pensados para acolher, reduzir estímulos e proporcionar mais conforto e previsibilidade durante a viagem. A Sala Multissensorial de Congonhas é um exemplo desse cuidado, contando com iluminação suave, sons relaxantes, piscina de bolinhas, almofadas sensoriais e até simulação da cabine do avião. O Aeroporto Internacional do Recife também já dispõe de estrutura semelhante. Outros terminais têm Espaço TEA e, até o fim do semestre, todos os aeroportos sob gestão da Aena no Brasil contarão com ambientes acolhedores dedicados a passageiros neurodivergentes. Isso porque inclusão e respeito à diversidade são compromissos inegociáveis para a Aena”, destacou Jesus Campo Hortas, diretor de Operações e Infraestrutura da Aena Brasil.

“A iniciativa que presenciamos vai além de uma simulação de voo. É a tradução prática de um novo olhar sobre a diversidade humana. Quando se constrói acessibilidade com quem vive a experiência da diferença, deixa-se de oferecer favores e passa-se a garantir direitos. Cada gesto aqui, cada cuidado, é também um ensinamento: a inclusão verdadeira nasce do diálogo e do respeito, e transforma o que era obstáculo em possibilidade de encontro”, afirmou Guilherme de Almeida, presidente da Autistas Brasil.

AÇÃO ‘ASAS DA INCLUSÃO’

A ação teve início na área de check-in da Latam, no Aeroporto de Congonhas em São Paulo, onde as famílias foram recebidas pelos voluntários da companhia com um kit especial, contendo pop-it, massinha de modelar, headfone com abafador de ruído, spin toys e cartão de boas-vindas, além de um cordão de girassol e um cartão de embarque simbólico para a viagem simulada. Em seguida, foram direcionados para a área de embarque, onde passaram pelo controle de segurança e receberam as recomendações necessárias pela equipe treinada para a ação.

No portão, a Latam simulou a chamada do voo e checagem dos cartões de embarque para, depois, seguirem até o ônibus que os levou até a aeronave da companhia. Na chegada, fizeram o embarque na aeronave dedicada a esta ação, onde receberam toda a orientação de como guardar as bagagens de mão e encontrar seus assentos. Após todos se acomodarem, a simulação prosseguiu com um momento de ambientação. Nele, foi realizada uma demonstração dos procedimentos de segurança, passo importante para que os passageiros se familiarizassem com o ambiente da cabine, seus sons e os comandos da aeronave.

A tripulação presente no dia também teve a oportunidade de aprender na prática como é feito um embarque seguro para passageiros neurodivergentes e como garantir um voo tranquilo para minimizar e apoiar em casos de episódios de sobrecarga sensorial no passageiro. O dia teve grande significado para Natália Turri, tripulante de cabine há 15 anos na Latam, cujo filho, de 6 anos, é um jovem autista. “Para mim, participar dessa ação é muito simbólica por causa do meu filho. Como mãe, sei o quanto uma viagem de avião pode ser desafiadora para uma criança autista e a iniciativa mostrou que é possível tornar essa experiência mais leve e inclusiva, com a preparação adequada, o apoio da equipe e a compreensão de todos os envolvidos”, comentou. Natália, além de comissária, é instrutora da escola de comissários da Latam, e dá aulas de atendimento a passageiros com necessidades específicas.

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