“Calote cabeludo”: empresa interditada acumula 37 mil reclamações

A  Laser Fast Depilação Ltda., empresa que presta serviços de depilação a laser, virou alvo do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) após mais de 37 mil clientes a acusarem de calote. De todas as denúncias, 13.708 não foram respondidas. O MPDFT acionou a Justiça do DF (TJDFT), que determinou a suspensão das atividades da loja.

O MPDFT acusa a empresa de suspender os serviços de depilação a laser sem oferecer o devido ressarcimento aos consumidores, o que, segundo o órgão, configura “grave violação dos direitos do consumidor.”

Em março, o Metrópoles noticiou que vítimas do DF chegaram a registrar boletim de ocorrência contra a laser fast. À Justiça, o MPDFT solicitou o bloqueio dos bens dos responsáveis pela empresa, a condenação por danos materiais e morais, tanto individuais quanto coletivos, e o bloqueio do perfil da empresa no Instagram, que era a principal forma de divulgação dos serviços.

O órgão ainda requereu que a empresa cesse imediatamente as atividades, reembolse os consumidores e publique um comunicado oficial. Além disso, solicitou a proibição da venda de novos pacotes até que as atividades da empresa sejam regularizadas.

Bens bloqueados

A Justiça atendeu aos pedidos do MP e bloqueou R$ 28,2 milhões em bens da empresa — quantia que inclui o pedido de R$ 10 milhões por danos morais coletivos e que poderá ser ajustada futuramente.

A decisão também suspende de forma imediata os serviços on-line, bloqueia o domínio www.laserfast.com.br e obriga a Laser Fast a divulgar publicamente o encerramento das atividades.

A Justiça determinou ainda a suspensão de cobranças ou de negativação de crédito de dívidas relacionadas aos serviços não prestados pela empresa, assim como a cobrança de multas rescisórias.

Suspensão do Procon-DF

No último dia 7, o Instituto de Defesa do Consumidor (Procon-DF) já havia suspendido as atividades da Laser Fast. O Procon registrava, àquela altura, ao menos 160 reclamações de clientes, com volume maior a partir do fim de 2024.

As denúncias dos consumidores envolviam o fechamento de lojas da Laser Fast e um consequente descumprimento de contratos firmados, sem explicações ou estorno de valores pagos pelos clientes.

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