Colheita fantasma: grupo movimentou R$1 bi com falsas vendas de grãos

Um grupo especializado em fraude fiscal estruturada e lavagem de dinheiro, que movimentou mais de R$ 1 bilhão desde 2020, com prejuízo estimado em mais de R$ 100 milhões aos cofres públicos, além de impactos em tributos federais, foi alvo de operação da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.

Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão em Campo Grande e um em Ivinhema, com apoio do Setor de Investigações Gerais (SIG) da delegacia local, além de um mandado de prisão temporária contra o principal suspeito de coordenar o esquema. Houve ainda o sequestro de bens e o bloqueio de contas bancárias no valor de R$ 20 milhões.

A polícia também apreendeu documentos fiscais, eletrônicos, contratos e registros financeiros. Os alvos das buscas foram residências, escritórios e endereços vinculados à administração de empresas utilizadas no esquema. No escritório cerealista, houve a prisão em flagrante do proprietário por estar em posse de armamento e munição.

Modus Operandi

Segundo a apuração, a organização criminosa utilizava empresas de fachada em nome de laranjas para simular operações de venda de grãos.

Os criminosos emitiam notas fiscais eletrônicas simulando a venda interestadual de grãos, sem a efetiva circulação das mercadorias, com o objetivo de gerar créditos tributários fraudulentos.

Mesmo após o bloqueio de algumas empresas, o grupo mantinha o esquema em funcionamento com a abertura de novas pessoas jurídicas.

A Operação “Colheita Fantasma” integra a 2ª Edição da Operação Renorcrim, uma iniciativa nacional voltada ao enfrentamento das organizações criminosas em todo o país, coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), por meio da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi).

As investigações continuam com foco na responsabilização penal, tributária e patrimonial dos envolvidos.

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