Dólar recua com alívio em tarifaço, PIB dos EUA e Caged no Brasil

Depois de emendar oito sessões consecutivas de queda, o dólar operava novamente em baixa nesta quarta-feira (30/4), em mais um dia no qual os investidores repercutem a guerra comercial global, além de indicadores econômicos nos Estados Unidos e no Brasil.


Dólar

  • Às 9h15, a moeda norte-americana recuava 0,32% e era negociada a R$ 5,614.
  • Na véspera, o dólar fechou com perdas de 0,31%, cotado a R$ 5,63, o menor valor desde o início do tarifaço comercial imposto pelos EUA.
  • Com o resultado, a moeda acumula queda de 1,32% em abril e de 8,89% em 2025 frente ao real.

Trump alivia tarifas para os automóveis

Nessa terça-feira (29/4), confirmando as expectativas do mercado, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou um alívio nas tarifas impostas sobre o setor automotivo.

A bordo do Air Force One, o avião oficial da Presidência dos EUA, Trump assinou um decreto que estipula, no caso dos automóveis importados, uma pausa nas tarifas separadas sobre alumínio e aço. Assim, o governo norte-americano pretende evirar que múltiplas tarifas se acumulem no setor.

“Agora determinei que, na medida em que essas tarifas se aplicam ao mesmo artigo, elas não devem ter um efeito cumulativo (ou ‘se acumular’ uma sobre a outra) porque a taxa de imposto resultante de tal acúmulo excede o que é necessário para alcançar o objetivo político pretendido”, anotou Trump na ordem executiva divulgada pela Casa Branca.

De acordo com o governo dos EUA, devem ser modificadas as taxas de 25% sobre peças automotivas, que estavam previstas para entrar em vigor no dia 3 de maio. Os fabricantes de automóveis que produzem e vendem veículos nos EUA terão um desconto de até 3,75% do valor de um veículo fabricado no país, segundo informações do Departamento de Comércio.

Esse desconto diminuiria, em 1 ano, para até 2,5% do valor do automóvel e seria eliminado no ano seguinte – em uma tentativa de manter a fabricação doméstica. A medida seria válida para veículos produzidos após o dia 3 de abril.

Na semana passada, diversos grupos do setor apelaram a Trump para que houvesse uma redução das taxas de 25% sobre peças automotivas importadas, alegando que isso levaria a uma diminuição das vendas de veículos e à alta dos preços.

PIB dos EUA

Além do tarifaço e da guerra comercial, os investidores acompanham nesta quarta-feira a divulgação de dados sobre a economia norte-americana.

O mercado aguarda os resultados preliminares do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA referente ao primeiro trimestre deste ano, além de dados de renda pessoal e gastos com consumo no país.

De acordo com o consenso Refinitiv, que reúne expectativas do mercado, a estimativa é a de que a economia norte-americana tenha avançado 0,2% entre janeiro e março.

Emprego no Brasil

No cenário doméstico, as atenções estão voltadas para a divulgação dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Ao analisar os resultados do Caged, os investidores buscam sinalizações a respeito de uma possível desaceleração da economia brasileira – o que poderia indicar uma maior possibilidade de queda da taxa básica de juros.

Segundo as projeções do mercado, o Brasil deve ter gerado cerca de 201,7 mil postos de trabalho formais em março. No mês anterior, foram 432 mil novas vagas.

Na véspera, o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, praticamente descartou a hipótese de a autoridade monetária colocar um fim no ciclo de aperto monetário, que deve prosseguir por mais tempo.

Bolsa de Valores

As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.

No dia anterior, o índice fechou o pregão em leve alta de 0,06%, aos 135 mil pontos.

Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula ganhos de 3,71% no mês e de 12,31% no ano.

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