Trabalhe de frente pro mar: Filipinas lança visto para nômades digitais

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Iniciativa quer atrair profissionais internacionais com visto de até um ano e internet rápida (Freepik)

A corrida pelos nômades digitais na Ásia acaba de ganhar mais um competidor de peso: as Filipinas. Conhecido por suas praias paradisíacas e pelo povo acolhedor, o país está prestes a lançar oficialmente seu visto para trabalhadores remotos, mirando um perfil de viajante que fica mais tempo, consome mais e movimenta a economia local de forma sustentável.

A proposta, que chega em um momento de retomada do turismo pós-pandemia, promete permitir estadias de até um ano (com possibilidade de renovação), desde que o candidato comprove renda suficiente, seguro de saúde, ficha limpa e seja de um país com acordo recíproco de visto. Trabalhar para empresas locais segue proibido — a ideia é somar, não competir com o mercado de trabalho interno.

Apesar de ter recebido 5,9 milhões de visitantes internacionais em 2024 — abaixo da meta de 7,7 milhões — o país comemora um faturamento recorde no setor: 13 bilhões de dólares. O recado está dado: menos turistas, mas mais qualificados. E é nesse cenário que os nômades digitais ganham protagonismo.

A movimentação do governo filipino acontece em um mercado já bastante aquecido. Japão, Coreia do Sul, Tailândia, Malásia e Indonésia também disputam esse perfil de viajante conectado e exigente. Enquanto o Japão e a Coreia impõem barreiras como renda mínima de US$ 66 mil, a Malásia aposta em uma proposta mais acessível, com exigência de US$ 24 mil anuais para profissionais de tecnologia. Já a Tailândia oferece flexibilidade com um visto de cinco anos e entradas de 180 dias.

O diferencial filipino? Falar inglês é comum, o custo de vida é mais baixo que em seus vizinhos, e o governo promete facilidade na concessão do visto. Para fazer bonito na competição, no entanto, não bastam promessas — é preciso infraestrutura. Por isso, há investimentos em internet de alta velocidade nas principais ilhas turísticas e estímulos a espaços de coworking e coliving.

“Essa é uma iniciativa progressista”, afirma a secretária de turismo Christina Frasco. Segundo ela, os nômades digitais ajudam a reduzir a sazonalidade do turismo e trazem uma diversidade cultural que enriquece as comunidades locais.

Com a sétima colocação no ranking global de crescimento de hubs de trabalho remoto em 2023, segundo o Nomad List, as Filipinas estão de olho no futuro — e dispostas a transformar paraíso em endereço fixo, mesmo que temporário, para quem carrega o escritório na mochila.

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