Anistia alternativa: saiba o que prevê texto articulado por Alcolumbre

O presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União-AP), articula no Senado um texto para diminuir as penas de condenados pela participação nos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro, alternativo à proposta de anistia defendida pela oposição.

O acordo para andar com a nova proposta conta com a concordância do Supremo Tribunal Federal (STF). O projeto foi apresentado pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE). Alcolumbre afirmou, na última terça (29/4), que está “estudando fortemente” a proposta.

Ela reduz a pena de reclusão para condenados por envolvimento de menor importância, com o objetivo de focar maiores penas para os articuladores da trama golpista. Dessa forma, seria atendido o pedido da oposição para livrar de penas consideradas abusivas cidadãos comuns, mas sem a possibilidade de blindar personagens que teriam tido maior responsabilidade, como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados, julgados atualmente na Suprema Corte.

“A sentença ou acórdão condenatórios deverão, sob pena de nulidade, descrever de forma individualizada a conduta do agente, bem como demonstrar o nexo causal entre sua ação ou omissão e o resultado ilícito, vedando-se a atribuição de responsabilidade multitudinária ou coletiva”, prevê a proposta.

5 imagens

Grupo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro faz oração por anistia aos bolsonaristas condenados pelo 8/1

Deputados federais Lindbergh Farias PT-RJ e Sóstenes Cavalcante PL-RJ, debatem o projeto de anistia aos bolsonaristas no Estúdio Metrópoles
Modelos contratadas pelo PL pediam aos deputados assinaturas pela anistia na Câmara
Manifestação pela anistia em São Paulo
1 de 5

Grupo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro faz oração por anistia aos bolsonaristas condenados pelo 8/1

VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

2 de 5

Grupo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro faz oração por anistia aos bolsonaristas condenados pelo 8/1

VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

3 de 5

Deputados federais Lindbergh Farias PT-RJ e Sóstenes Cavalcante PL-RJ, debatem o projeto de anistia aos bolsonaristas no Estúdio Metrópoles

VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

4 de 5

Modelos contratadas pelo PL pediam aos deputados assinaturas pela anistia na Câmara

VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

5 de 5

Manifestação pela anistia em São Paulo

DANILO M. YOSHIOKA/ESPECIAL METRÓPOLES @danilomartinsyoshioka

Penas sugeridas pela “anistia alternativa”

Para casos em que o crime for cometido “sob a influência de multidão em tumulto” e em que o acusado “praticou apenas atos materiais, sem qualquer participação no planejamento ou financiamento do ato”, a pena prevista é de dois a oito anos de prisão.

O texto também prevê que, nos casos em que os crimes de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito forem cometidos de forma concomitante, o primeiro absorve o segundo, para que haja a condenação por apenas um dos crimes.

Atualmente, a pena prevista para tentativa de golpe de Estado é de quatro a 12 anos de prisão. O projeto de Vieira reduz para dois a oito anos, enquanto para abolição do Estado Democrático de Direito, de quatro a oito.

A proposta do senador prevê, ainda, de dois a seis anos de reclusão em casos cometidos “sob influência de multidão em tumulto”.

O Partido Liberal (PL) tem criticado a existência de um acordo sobre a proposta, pois defende o chamado PL da anistia, bem mais amplo, visto como alternativa para tentar reverter a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Adicionar aos favoritos o Link permanente.