Carro de empresária sequestrada com a filha foi abandonado perto do presídio de Novo Hamburgo

A região metropolitana volta a ter sequestro com cativeiro e cobrança de R$ 500 mil para o resgate. Nesta semana, uma empresária de 35 anos e a filha de 13 foram arrebatadas em Canoas e libertadas pela Polícia Civil em Sapucaia do Sul. Os agentes prenderam dois homens.

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Um ambiente precário serviu de cativeiro | abc+



Um ambiente precário serviu de cativeiro

Foto: Polícia Civil

“As investigações permanecem em andamento para a coleta de mais provas, assim como para identificar os demais autores do crime”, declara o delegado de Roubos e Extorsões do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), João Paulo de Abreu.

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Vestígios deixados pelos sequestradores indicam que o bando rodou por diferentes cidades do Vale do Sinos enquanto mantinha as vítimas em cárcere. Uma delas é Novo Hamburgo, onde a caminhonete Equinox roubada da empresária foi encontrada abandonada. Estava nas imediações do presídio, no bairro Ouro Branco.

Ameaças de morte aterrorizaram a família

Mãe e filha foram atacadas na Equinox, na tarde de segunda-feira (28), na área central de Canoas. Os sequestradores logo entraram em contato com familiares e fixaram o preço de meio milhão de reais pela vida das reféns. As ameaças de morte aterrorizaram os parentes.

O Deic entrou no caso no mesmo dia. Descobriu que os contatos eram feitos por meio de um aparelho celular com chip recém habilitado. Os agentes conseguiram identificar um envolvido, que foi preso e confessou participação no crime.

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Na tarde de terça (29), quando mãe e filha estavam há 12 horas em poder do bando, o Deic chegou ao cativeiro, no bairro Ipiranga, em Sapucaia do Sul. Na propriedade, outro homem foi preso. Era o responsável por vigiar as vítimas, que foram libertadas. Não sofreram agressões físicas, mas estavam sob forte abalo emocional.

Uma moto roubada foi apreendida ao lado da casa de madeira rústica, parecida com um galpão. “Um ambiente precário”, define o delegado.

Caso parecido terminou em duas mortes

Não é a primeira vez que uma família de Canoas vive o drama de um cativeiro no Vale do Sinos. Um empresário da cidade foi arrebatado no fim da tarde de 26 de dezembro de 2022, na área central, e levado a um sítio no interior de Portão. Outra coincidência: Sob ameaça de morte, os sequestradores exigiram R$ 500 mil pelo resgate.

Os criminosos já tinham feito transferências bancárias de R$ 60 mil pelo celular do empresário, que ficou mais de dois dias amordaçado, encapuzado e amarrado no chão de estreito banheiro de um galpão ao lado de uma residência, em um sítio na localidade de Socorro.

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Na noite de 28 de dezembro, o Deic chegou ao cativeiro e matou dois sequestradores. Um deles, de 34 anos, era um apenado em prisão domiciliar que havia rompido a tornozeleira eletrônica. Morava em São Leopoldo e era membro da maior facção do Estado, sediada no Vale do Sinos. A vítima foi libertada. Debilitada, ferida e em estado de choque.

No sítio, foram apreendidos um Audi, um Clio e duas motos, que não eram roubados. Dois fuzis, munições, toucas ninjas, vários celulares e outros objetos da quadrilha também foram apreendidos.

“Só aluguei o sítio. Não sabia de nada”, resumiu o dono do sítio, que chegou depois do tiroteio. Ele disse, porém, que não lembrava quando havia feito a locação. Outro morador de São Leopoldo, que recebeu os R$ 60 mil na conta bancária, e mais dois da região foram presos.

Mais dois empresários torturados em cárcere 

Outro empresário de Canoas foi sequestrado, em agosto do ano passado, mas o cativeiro era longe. O homem de 39 anos saiu de casa no dia 28 para fechar um negócio em Tocantis e acabou sendo arrebatado no meio do caminho, no interior de São Paulo. O gaúcho estava de carro e teria parado para dar uma carona, que teria sido combinada em um aplicativo, momento em que foi feito refém pelo passageiro e levado ao cativeiro.

Sem contato, familiares acionaram a Polícia. Em operação conjunta entre as polícias de São Paulo e do Rio Grande do Sul, a vítima foi encontrada amarrada em uma lavanderia na cidade de Registro, a 200 quilômetros da capital. Houve tiroteio. Um casal e um adolescente foram presos. Um quarto criminoso foi baleado.

Com fuzil apontado para a cabeça, o empresário havia feito transferências bancárias de R$ 300 mil aos sequestradores. A caminhonete, avaliada em R$ 250 mil, também foi roubada, assim como celular, notebook e roupas.

Também em agosto do ano passado, um empresário de 60 anos foi sequestrado no bairro Scharlau, em São Leopoldo. Ele ficou quatro dias acorrentado, de olhos vendados, amordaçado e com os ouvidos tapados por fones. Quando libertado do cativeiro, em Taquari, estava debilitado a ponto de precisar de atendimento médico urgente. Segundo a Polícia Civil, não foi pago resgate. Os sequestradores chegaram a exigir R$ 2 milhões.

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