DIA DO TRABALHADOR: Os desafios no mercado de trabalho para diferentes gerações

Diariamente às 7h30, Carlos Eltz está de prontidão para bater o ponto, seja no home office ou na sede da empresa de softwares em que ele trabalha. Aos 64 anos, ele não espera parar tão cedo e quer chegar aos 70 ainda no mercado de trabalho. A vida dele não é diferente dos cerca de 12,4 milhões de trabalhadores brasileiros que, mesmo aposentados, ainda se encontram em atividades laborais.

Carlos Eltz, é encarregado do Departamento Pessoal | abc+



Carlos Eltz, é encarregado do Departamento Pessoal

Foto: Bruna de Bem/GES-Especial

Conforme o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), atualmente são mais de 23,5 milhões de aposentados brasileiros. Neste 1º de maio, Dia do Trabalhador, uma pesquisa recente do Serasa aponta que 53% dos aposentados continuam trabalhando após a aposentadoria. Entre os motivos estão a necessidade de complementar a renda e o desejo de manter uma ocupação na rotina.

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Baby boomers X Geração Z

Os baby boomers são pessoas entre 60 e 79 anos, nascidas no período pós-guerra, já aposentadas ou em vias de encerrar sua jornada laboral. Já a Geração Z, que tem aproximadamente entre 15 e 28 anos, está ingressando no mercado de trabalho. Dois perfis totalmente diferentes, mas que possuem em comum a disposição para encarar novos desafios.

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Carlos Eltz, é encarregado do Departamento Pessoal

Foto: Bruna de Bem/GES-Especial

Eltz é encarregado do Departamento Pessoal da Cigam, empresa de software. Ele acredita que para se manter no mercado de trabalho com o avanço da idade, é fundamental se adaptar a novas tecnologias. “Eu me adapto bem aos colegas mais jovens e evoluí junto com o tempo. Não fiquei parado, sempre busquei conhecimento na área da informática”, relata.

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Há 20 anos na mesma organização, Eltz é responsável pela gestão de cerca de 500 funcionários de Novo Hamburgo, Pelotas, Minas Gerais e Cuiabá. “A gente tem que ter o compromisso de levantar e ter alguma coisa para fazer. É importante para manter o cérebro ativo. As pessoas devem continuar fazendo algo que gostem. O que me motiva são os desafios e a cada dia ter algo diferente”, completa.

Bernardo Prestes Carrion, 17, é Jovem Aprendiz | abc+



Bernardo Prestes Carrion, 17, é Jovem Aprendiz

Foto: Bruna de Bem/GES-Especial

Por outro lado, encarando agora o mercado de trabalho, está o Bernardo Prestes Carrion, 17, que não sabia sua aptidão para o calçado até iniciar o curso de Confecção de Calçados do Senai de Novo Hamburgo. “Espero que meu futuro profissional seja amplo nessa área e próspero. Pretendo no futuro cursar moda, pois tenho expectativa de trabalhar na área da costura”, afirma.

Ele é jovem aprendiz e está ainda aprendendo todos os processos de fabricação de um sapato. A aprendizagem industrial, segundo o Senai, é uma grande incentivadora da renovação do mercado, principalmente por dar a primeira oportunidade de emprego para aquele adolescente que está concluindo o ensino médio.

Bernardo Prestes Carrion, 17, é Jovem Aprendiz | abc+



Bernardo Prestes Carrion, 17, é Jovem Aprendiz

Foto: Bruna de Bem/GES-Especial

O programa conta com a presença de pessoas já a partir dos 14 anos, que recebem uma cota salário de uma empresa e a carteira assinada. Para aqueles que estão entrando agora no universo celetista, Bernardo dá a dica: “Busquem qualquer área e algum local para começar, até saber o que realmente quer seguir na vida. Não fiquem esperando algo acontecer, é explorar e começar em algo”, finaliza.

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Idade não é relevante

Para o gerente de Gestão de Pessoas da Universidade Feevale, Everton Zambon, existe um estereótipo sobre idades dentro das empresas e que, na prática, não é relevante, mas excludente. “Em primeiro lugar, é legal a gente quebrar um pouco do tabu. Primeiro vem a pessoa. Cada idade tem as suas peculiaridades, nunca esquecendo que somos complexos e diferentes”, explica.

Empresas ganham com cada um dos perfis

Organizações precisam estar preparadas para receber esses perfis atuais de colaboradores. A prática, exige um esforço maior de liderança dentro da empresa, mas ao final, promete agregar valor às organizações. “Hoje, o mundo é dos mais rápidos, daqueles que se adaptam mais facilmente ao novo, à mudança, à inovação. Temos gerações que convivem com isso habitualmente. Então, a forma como a gente vai aceitar, vai mudar e se adequar, adaptar a tudo isso, é que vai dar o grande diferencial”, comenta Zambon.

O convívio de pessoas de diferentes gerações acaba gerando uma experiência social em que todos têm a ganhar. “Independente do avançar da idade, elas querem continuar a trabalhar, isso é fruto da longevidade e do quanto elas precisam ainda gerar renda. Hoje em dia se tem investimento em pessoas com mais idade, para que aprendam tecnologias e para lidar com conflitos, sendo essas duas grandes competências que se busca dentro das organizações”, completa.

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