Justiça libera provas contra Bruno Henrique para STJD e CPI

A Justiça do Distrito Federal negou o pedido para decretar sigilo na investigação que apura suposta manipulação de apostas envolvendo o atacante Bruno Henrique, do Flamengo.

A decisão, assinada pelo juiz Fernando Brandini Barbagalo, autoriza o compartilhamento das provas com o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e com a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga manipulação de jogos e apostas esportivas no Senado.


O que acontece agora

  • Com a liberação das provas, o STJD pode instaurar um inquérito para avaliar possíveis implicações disciplinares para o jogador, considerando o impacto das acusações na ética desportiva.
  • Já a CPI, instalada no Senado, pretende aprofundar a análise de práticas irregulares nas apostas esportivas, com foco na identificação de eventuais falhas na regulamentação do setor.
  • Além disso, a Justiça determinou que a operadora de apostas Blaze forneça dados de quatro investigados citados no caso, incluindo informações sobre as movimentações financeiras relacionadas às apostas na partida em questão.
  • Apesar das acusações, Bruno Henrique nega ter participado de qualquer esquema para beneficiar apostadores. O Flamengo, por sua vez, decidiu manter o atleta no elenco, destacando que ele estará disponível para a partida contra o Botafogo-PB pela Copa do Brasil.

O caso envolve a suspeita de que o atleta teria beneficiado apostadores ao tomar um cartão amarelo de forma proposital durante a partida entre Flamengo e Santos, pelo Campeonato Brasileiro de 2023.

Além do jogador, nove pessoas, incluindo familiares e amigos, foram indiciadas por suposta participação no esquema, conforme publicado com exclusividade pelo Metrópoles.

A apuração começou após operadores de apostas identificarem movimentações suspeitas relacionadas ao cartão amarelo recebido por Bruno Henrique na 31ª rodada do Brasileirão, disputada em Brasília. Mensagens extraídas de celulares apreendidos na investigação mostram conversas entre o atleta e seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, também indiciado, indicando possível conhecimento prévio sobre o momento do cartão.

Bruno Henrique e Wander foram enquadrados no artigo 200 da Lei Geral do Esporte, que criminaliza fraudes em competições esportivas, com penas que variam de dois a seis anos de prisão. Os demais envolvidos, incluindo a esposa e uma prima do jogador, foram indiciados por estelionato, cuja pena pode chegar a cinco anos.

11 imagens

Jogador Bruno Henrique
1 de 11

Jogador Bruno Henrique

Igo Estrela/Metrópoles

2 de 11

Igo Estrela/Metrópoles

3 de 11

Igo Estrela/Metrópoles

4 de 11

Igo Estrela/Metrópoles

5 de 11

Igo Estrela/Metrópoles

6 de 11

Jogador Bruno Henrique

Igo Estrela/Metrópoles @igoestrela

7 de 11

Igo Estrela/Metrópoles @igoestrela

8 de 11

Igo Estrela/Metrópoles @igoestrela

9 de 11

Igo Estrela/Metrópoles @igoestrela

10 de 11

Vinícius Schmidt/Metrópoles

11 de 11

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Pedidos de sigilo negados pela Justiça

O atacante também havia solicitado a reconsideração do compartilhamento de provas com a CPI, argumentando sobre a proteção de dados pessoais.

No entanto, o juiz considerou que a natureza pública da investigação prevalece e que não há como restringir os elementos compartilhados que possam ser úteis à apuração dos fatos.

Outro pedido negado foi o de sigilo integral das informações. O magistrado reforçou que o princípio da publicidade deve ser respeitado, garantindo transparência no processo, mas alertou que a divulgação indevida de dados pessoais ou familiares constitui infração penal.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.