CV x milícia: 40 bandidos invadem condomínio e fuzilam carros; vídeos

A guerra entre faccionados do Comando Vermelho (CV) e milicianos que duelam pelo domínio territorial de bairros na zona oeste do Rio de Janeiro aterrorizou moradores de um condomínio na Vila Sapê, em Jacarepaguá. Vários carros foram crivados de balas disparadas por fuzis usados pelos dois grupos. A Polícia Civil (PCERJ) abriu investigação para identificar cada um dos 40 suspeitos que formavam os “bondes” que invadiram o residencial e disparou a esmo para tentar matar integrantes da organização rival.

Na quarta-feira (23/4), cerca de 40 criminosos invadiram um condomínio e abordaram veículos nas proximidades. Moradores relataram que homens armados se passaram por policiais ao roubarem carros. Os criminosos também levaram pertences pessoais das vítimas. Em pânico, quem mora nas casa próximas passou cerca de uma hora abaixado, enquanto as balas cruzavam as ruas e atingiam os veículos estacionados nas calçadas.

Em imagens gravadas com celular pelos próprios moradores, dois veículos aparecem crivados de balas. Vidros foram estilhaçados com os disparos e a lataria dos carros ficaram com várias perfurações provocadas por projéteis de grosso calibre.

No último mês, a coluna já havia publicado o real interesse por trás da luta pelo domínio territorial na zona oeste carioca. CV e milicianos querem muito mais do que simplesmente faturar com o tráfico de drogas puro e simples.

Exploração de serviços

A exploração ilegal de serviços essenciais por facções não geram apenas lucros significativos para o crime, como também fortalece o domínio de bandidos sobre comunidades inteiras, exercendo influência, controle e medo. Essa é a fórmula adotada pelo CV e pela milícia para ampliar o leque de atuação. Além do tráfico de drogas, há um faturamento alto com o fornecimento de energia, gás e, principalmente, acesso à internet.

Investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) apontam que faccionados passaram a controlar o chamando CVNet, provedor do crime, único liberado para ser usado em comunidades controladas pelo tráfico. Uma operação desencadeada pelas forças de segurança do Rio em abril deste ano descortinou como a facção atua, esticando as garras sobre o mercado de fibra ótica e fornecimento de sinal de internet.

A ação ocorreu em Vicente de Carvalho, zona norte carioca, onde o controle sobre provedores de internet está sendo chamando de “licitação” — em analogia ao procedimento legal realizado pelo Poder Público. Sob a ameaça de fuzilamento, a facção proibiu o acesso de empresas às comunidades sob a égide do CV.

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