Homem preso no RS é impedido de explodir bomba no show da Lady Gaga

Um morador do RS é apontado como líder de um grupo que planejava explodir uma bomba no show da Lady Gaga que aconteceu na noite deste sábado (3), em Copacabana no Rio de Janeiro. O ataque foi impedido por uma ação conjunta com mandados cumpridos em todo o País.

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Homem preso no RS é impedido de explodir bomba no show da Lady Gaga

Foto: Rafael Catarcione, Marcelo Piu e Iago Campos/Prefeitura do Rio de Janeiro

A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCRJ), com o apoio do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), realizou neste fim de semana a Operação Fake Monster, que desarticulou uma rede criminosa que atuava em plataformas digitais. A rede promovia a radicalização de adolescentes, a disseminação de crimes de ódio, automutilação e conteúdos violentos como forma de pertencimento e desafio entre jovens.

O grupo “preparava um plano, principalmente contra crianças, adolescentes e o público LGBTQIA+. As diligências contaram também com a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core)”, conforme a Polícia Civil do Rio de Janeiro.

A “Operação Fake Monster” foi planejada a partir de uma investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro que identificou que os envolvidos estavam recrutando participantes, inclusive adolescentes, para promover ataques integrados com uso de explosivos improvisados e coquetéis molotov. O plano era tratado como um “desafio coletivo”, com o objetivo de obter notoriedade nas redes sociais. Um homem, líder do grupo, foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo no Rio Grande do Sul e um adolescente foi apreendido por armazenamento de pornografia infantil no Rio.

A cidade onde o homem foi preso ainda não foi confirmada pelas autoridades de segurança pública. A ação nacional foi fundamentada em um relatório técnico produzido pelo Ciberlab após um alerta da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, que identificou células digitais voltadas à indução de condutas violentas em jovens por meio de linguagens cifradas e desafios com simbologia extremista.

Os alvos da operação atuavam em plataformas digitais, promovendo a radicalização de adolescentes, a disseminação de crimes de ódio, automutilação, pedofilia e conteúdos violentos como forma de pertencimento e desafio entre jovens. O alerta partiu da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) da Polícia Civil, que motivou a elaboração de um relatório técnico pelo Ciberlab da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi) da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do MPSP.

Na ação, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão contra nove alvos nos municípios do Rio de Janeiro, Niterói, Duque de Caxias e Macaé, no Rio; Cotia, São Vicente e Vargem Grande Paulista, em São Paulo; São Sebastião do Caí, no Rio Grande do Sul; e Campo Novo do Parecis, no Mato Grosso. O trabalho contou com o apoio de policiais civis destes estados.

Nos endereços dos alvos, foram arrecadados dispositivos eletrônicos e outros materiais que serão analisados. Em São Sebastião do Caí, no Vale do Caí, não houve prisão.

Ainda na tarde deste sábado, policiais foram a Macaé para cumprir um mandado de busca e apreensão contra um indivíduo que também planejava ataques. Ele ameaçava matar uma criança ao vivo, e responde por terrorismo e induzimento ao crime.

“A operação foi deflagrada para neutralizar as condutas digitais que vinham sendo articuladas, com potencial risco ao público do evento, sem que houvesse qualquer impacto para os frequentadores. O trabalho foi executado com discrição e precisão, evitando pânico ou distorção das informações junto à população.”

 

Ação em grande evento

A deflagração da operação foi planejada para neutralizar condutas digitais que vinham sendo articuladas com potencial risco à ordem pública, em especial diante de eventos de grande concentração popular no Rio de Janeiro, sem que houvesse qualquer impacto para os frequentadores.

Por que Fake Monster

O nome da operação faz referência ao uso de perfis falsos por parte dos aliciadores, que se apresentavam como membros da comunidade de fãs da cantora Lady Gaga — conhecidos mundialmente como “little monsters” (monstrinhos, em português). A escolha ressalta a falsidade da identidade digital utilizada para cooptar adolescentes, travestida de inocência e pertencimento, mas operando em redes fechadas com conteúdos violentos e autodestrutivos.

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