Lula vai para Rússia e China em meio a guerra tarifária de Trump

Com novas negociações em andamento a respeito das tarifas impostas a Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, contra diversos países e um possível acordo de paz entre Rússia e Ucrânia, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viaja para o território russo e, na sequência, segue para Pequim, na China.

A viagem de Lula para a Rússia acontece entre 8 e 10 de maio, onde o chefe do Palácio do Planalto irá participar das comemorações dos 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. A “Festa da Vitória”, que é feriado nacional russo, teve início logo nos primeiros anos após o fim dos conflitos entre os exércitos que compunham o eixo e os aliados, com pequenos festejos locais, passeios populares e solta de fogos de artifício.


Lula fortalece relações com Rússia e China

  • Presidente Lula participará das comemorações dos 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, evento conhecido como “Festa da Vitória”. A visita foi interpretada como um gesto de apoio ao governo de Vladimir Putin, em meio à guerra na Ucrânia.
  • Encontro de Lula com Putin acontece em meio à apresentação de acordo por parte da Ucrânia para um cessar-fogo temporário de 30 a 90 dias.
  • Depois da viagem à Rússia, Lula segue para a China, onde irá se encontrar com o líder chinês Xi Jinping e participará do IV Fórum China-CELAC.
  • A visita ocorre diante da escalada da guerra tarifária entre China e EUA. Os dois países se impuseram tarifas mútuas (145% e 125%, respectivamente).

Apesar da data histórica, o Metrópoles mostrou que a ida do petista à Rússia foi posta como um gesto de apoio ao governo de Vladimir Putin, diante da ofensiva contra o território ucraniano.

O embaixador da Ucrânia no Brasil, Andrii Melnyk, chegou a convidar o presidente brasileiro para uma visita ao país de Volodymyr Zelensky. No entanto, o governo Lula aguarda um convite formal das autoridades ucranianas.

Guerra da Ucrânia

O presidente dos Estados Unidos tomou a frente e tem participado ativamente das negociações para o fim do conflito no leste europeu. Donald Trump tem conversado com os líderes dos dois países em busca de uma solução para o conflito.

Nesta semana, a Ucrânia propôs um cessar-fogo entre 30 e 90 dias à Rússia. A proposta aparece dias depois dos governos ucranianos e norte-americano assinarem um acordo que prevê a criação de um fundo conjunto para exploração de minerais críticos.

Lula na China

Em uma nova viagem ao continente asiático, o chefe do Palácio do Planalto tem uma visita de Estado à China marcada para os dias 12 e 13 de maio, onde também irá participar do IV Fórum China-Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos).

Durante a visita, Lula deverá se encontrar com o presidente da China, Xi Jinping. A conversa entre os dois líderes mundiais acontece em meio à guerra tarifária entre o gigante asiatico e os Estados Unidos.

Washington impôs uma tarifa de 145% contra os produtos de origem chinesa. Já a China, retaliou aplicando taxas de 125% sobre itens comprados dos Estados Unidos.

Na última sexta-feira (2/5), o Ministério do Comércio da China informou que analisa uma proposta norte-americana para iniciar o diálogo a respeito da guerra tarifária entre as duas potências.

Para o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, o escalonamento das tarifas entre Estados Unidos e China traz “riscos e oportunidades” para o Brasil.

Mercadante aponta que a agropecuária e a indústria são setores que podem colher bons frutos com as medidas protecionistas dos Estados Unidos. “Vai ter mais diversificação e há uma grande demanda por segurança alimentar no mundo. O Brasil é uma solução para esse problema. Então há muito interesse em investir nesse segmento em novas formas de parceria.”

No começo de abril, durante a 9ª Cúpula de Chefes da Celac, Lula reforçou a importância de uma união entre os países da América Latina e do Caribe para negociar as tarifas impostas por Donald Trump.

“Os Estados Unidos acabam de taxar a China em 125% e tentou reduzir todas as outras taxações em 10%, dando 90 dias de prazo para que se faça uma negociação. O que está por trás disso? É colocar fim ao multilateralismo e tentar fazer as negociações individuais. Negociação individual, nenhum país tem condição de negociar com os Estados Unidos”, defendeu o líder brasileiro.

Para tentar estancar as consequências da tarifas de Trump, uma das medidas apontadas por integrantes do governo é o escoamento dos produtos para outros países, sendo a China um dos principais aliados comerciais do Brasil.

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