Protesto pede justiça e segurança em rodovia onde diarista saiu para caminhar e foi encontrada morta no ES


Iraci de Souza Teixeira ficou cinco dias desaparecida e teve o corpo encontrado na última quinta-feira (1°), com sinais de violência. Despedida da família aconteceu em Vila Velha, com o caixão fechado. Polícia procura responsável pela morte. Protesto pede por justiça e segurança em rodovia onde diarista saiu para caminhar e foi encontrada morta no Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
Um grupo de pessoas protestou neste domingo (4) por justiça e mais segurança na rodovia Leste-Oste, que liga os municípios de Vila Velha e Cariacica, na Grande Vitória, onde a diarista Iraci de Souza Teixeira, de 66 anos, foi encontrada morta. O responsável pela morte ainda é procurado.
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O corpo da vítima, desaparecida desde 26 de abril, foi encontrado cinco dias depois, no último dia 1º, enterrado em um terreno baldio no bairro Vale Encantado, Vila Velha, com sinais de violência.
Protesto por justiça e segurança
O ato foi organizado por grupos de ciclismo e corrida. Os participantes se vestiram de branco e usaram cartazes e balões.
O protesto saiu do bairro Bela Vista, em Cariacica, com destino ao condomínio onde a diarista morava, no bairro Vale Encantado, em Vila Velha.
Um dos principais motivos da manifestação é o pedido de mais segurança para quem usa a via para praticar caminhada, corrida e ciclismo, assim como a diarista Iraci fazia rotineiramente.
Doméstica Iraci de Souza Teixeira, de 66 anos, que saiu para caminhar foi encontrada morta no Espírito Santo
Arquivo Pessoal
A empreendedora Jocenir dos Santos relatou que assim como muitas mulheres, também utiliza o mesmo caminho para se exercitar e disse que se sente insegura.
Daniela Albuquerque participou da organização do evento e reforçou o pedido de segurança.
” A gente está com medo porque o mato está tomando conta e agora chegou ao extremo. A gente ãao pratica mais atividade física já tem uma semana, estou indo para Vila Velha e tem mais segurança nenhuma”, reclamou.
O ato terminou em frente ao condomínio onde a diarista morava. As filhas da vítima também participaram da passeata e cobraram melhorias na região.
A diarista Iraci de Souza Teixeira, de 66 anos, foi enterrada neste sábado, em Vila Velha, no Espírito Santo.
TV Gazeta
Enterro da diarista
O corpo da diarista Iraci de Souza Teixeira, de 66 anos, foi enterrado na tarde deste sábado (3). Durante cerca de 45 minutos, foram feitas algumas homenagens e uma oração com o caixão fechado.
Um dos três filhos de Iraci, Fábio Teixeira, falou sobre o alívio de ter encontrado a mãe, mas reforçou que espera o avanço das investigações para que descubra quem foi o responsável pela morte.
Fábio Teixeira ao lado da mãe, a diarista Iraci de Souza Teixeira, de 66 anos, que foi enterrada neste sábado, em Vila Velha, no Espírito Santo.
Arquivo pessoal
“O nosso coração está descansando porque conseguimos encontrar o corpo dela, estamos velando e vamos conseguir enterrar, […] agora a outra parte é investigativa, da Polícia Civil, para poder desvendar o assassinato da minha mãe”, falou Fábio.
Polícia procura responsável pelo crime
Diarista encontrada morta é enterrada em Vila Velha
A Polícia Civil investiga a possível ligação de um homem, de 35 anos, preso por porte ilegal de arma na última quinta-feira (1º) com a morte da diarista. O suspeito foi detido pela Polícia Militar nas proximidades da casa onde a vítima morava, no bairro Vale Encantado.
Segundo o titular da Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), o delegado Luiz Gustavo Ximenes, a prisão ocorreu horas após o corpo de Iraci ter sido encontrado.
“Ele foi autuado por porte ilegal de arma de fogo. Estão sendo realizados levantamentos para ver a participação desse indivíduo, se ele realmente participou desse crime. Estamos analisando as câmeras de monitoramento e também aguardando o laudo cadavérico para verificar as lesões, se foram praticadas com arma branca”, afirmou Ximenes.
O delegado-geral da Polícia Civil do Espírito Santo, José Darcy Arruda, afirmou que, no momento em que foi preso, o homem não tinha condições de prestar depoimento, mas será investigado.
“Uma pessoa foi presa, mas ela estava totalmente alcoolizada, entorpecida, cheia de fezes, com falas desconexas. Aguardamos até a madrugada e a interrogamos. Ele nega veementemente, diz que não conhece (a vítima). Mas isso não está descartado. Vamos buscar todas as informações”, explicou o chefe da corporação.
Neste sábado (3), a Polícia Civil informou que o suspeito foi encaminhado ao Centro de Triagem de Viana (CTV). Durante oitiva realizada, o homem negou envolvimento no crime, afirmou que não conhecia a vítima. O caso segue sob investigação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM).
A polícia também procura um homem que, de acordo com moradores da região, assediou mulheres que faziam caminhadas no bairro Vale Encantado, mas não adiantou detalhes da investigação.
Corpo de diarista desaparecida é encontrado em Vila Velha
Com a ajuda de voluntários, família encontrou o corpo
Na quinta-feira (1°), um mutirão foi organizado por pela família, com a ajuda de vizinhos para procurar Iraci. Fábio Teixeira disse que a família foi informada pela polícia de que as buscas seriam suspensas durante o feriado do Dia do Trabalhador, por isso a mobilização foi feita. A Polícia Civil e disse que as buscas seriam feitas ao longo do dia.
O delegado-geral da Polícia Civil do estado, José Darcy Arruda, disse em entrevista ao Bom Dia ES que os trabalhos não pararam, já que as investigações continuaram por meio da inteligência e que a programação do feriado incluía buscas em campo.
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“Estávamos programando para voltar na quinta-feira com o Corpo de Bombeiros. Toda a equipe estava se preparando para isso quando tivemos a informação que uma pessoa, que estava trabalhando tanto na terça como na quarta, também nas buscas, juntamente com a polícia, havia encontrado o corpo. Existe todo um preparo. A polícia não age de forma rotineira. Ela tem todo um planejamento. Estávamos nos planejando para as equipes se encontrarem e se dirigirem para o local. […] Uma pessoa, que não é da família, foi para o local mais cedo e logrou encontrar”, explicou Arruda.
Segundo os investigadores, a vítima estava de bruços, em uma cova rasa, com mãos e pés amarrados, já em estado de decomposição. A família fez o reconhecimento já no local, porque uma parte das roupas que a vítima usava no sábado foi identificada pelo filho.
A primeira suspeita da polícia é de que quem cometeu o crime conhecia bem o local.
“A pessoa conhecia o lugar muito bem. Até mesmo porque o acesso é inviável, tem um brejo e a mata não foi batida”, disse o investigador da Polícia Civil, Walter Santana.
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