Arte e identidade são pintadas nas oficinas do projeto Viva Perifa em escolas leopoldenses

Com muitas cores, desenhos e criatividade, a Escola Municipal Paulo Beck, do bairro São Miguel, em São Leopoldo, recebeu a última oficina do projeto Viva Perifa, que revitaliza muros e fachadas de instituições atingidas pela enchente.

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Grafiteiro Rikardo Dias é instrutor do Viva Perifa e ensinou alunos da Paulo Beck sobre a arte



Grafiteiro Rikardo Dias é instrutor do Viva Perifa e ensinou alunos da Paulo Beck sobre a arte

Foto: Priscila Carvalho/GES-Especial

Idealizado pela produtora cultural Yabá em parceria com a Leroy Merlin, o projeto surgiu da vontade de amenizar os danos causados pela tragédia climática que atingiu diversas comunidades do Rio Grande do Sul. A proposta é usar a arte como ferramenta de cuidado, reconstrução e fortalecimento emocional. “Acreditamos que reconstruir também é oferecer espaços de escuta, de expressão e de afeto. Levar cor e arte para dentro das escolas é uma forma simbólica, mas poderosa, de acolher estudantes e educadores após um período tão difícil”, destaca Andrea Moreira, CEO da Yabá.

Em 2024, três escolas de Ensino Fundamental leopoldenses já foram pintadas pelo projeto – que foi aprovado pelo Ministério da Cultura e passou a integrar o plano de apoio ao Rio Grande do Sul: Castro Alves, Rui Barbosa (ambas no bairro Vicentina) e Chico Xavier (no bairro Santos Dumont).

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Oficina

Desde março deste ano, porém, o Viva Perifa passou a oferecer também oficinas, promovendo uma imersão criativa em torno do universo da arte urbana, com foco em técnicas como graffiti, tags, stickers e stencil. A primeira escola a ser contemplada foi a Paulo Beck, onde estudantes tiveram seis encontros com o grafiteiro Rikardo Dias, de Porto Alegre. A culminância do projeto ocorreu na tarde desta segunda-feira (5) com a finalização de um muro da escola, feito pelos alunos, com a coordenação de Rikardo.

Vice-diretor da instituição, Alexandre Ausani Huff disse que a oficina foi oferecida aos alunos de 6º ao 9º da instituição, contabilizando cerca de 35 inscritos. Ele ressaltou a importância do projeto para o educandário, que foi severamente atingido pela enchente de maio – a água chegou a quatro metros de altura, alcançando até o segundo andar da estrutura. “Motiva os alunos a expressar a arte deles. Eles gostaram muito. Foi muito legal”.

Muro com a marca dos alunos

Instrutor dos alunos, o grafiteiro Rikardo Dias contou que procurou ensinar um pouco sobre grafite e o poder de se expressar, passando também aulas práticas, com noções de como mexer com spray, por exemplo. Nesta segunda-feira, no último encontro, Dias finalizou o muro pintado com criações dos alunos, trazendo a identidade deles. “Seria mais tranquilo eu definir um desenho e eles só pintarem, só que não teria a marca deles e todo mundo queria fazer o seu desenho”, comentou, citando o resultado: uma arte cheia de personagens, cores e mensagens.

Na última oficina, os estudantes também puderam montar um mural usando stencils (moldes vazados) de maneira livre, mas coletiva. Ao final, cada aluno pôde levar uma parte da criação como lembrança para casa.

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Participantes aprovaram iniciativa

Estudante do 7º ano da escola, Neiva Luana Brun Oyarzabal, 12 anos, foi uma das que participou da oficina. “Eu achei excelente. Achei maravilhoso, porque daí a gente pode expressar a nossa arte”, opinou a jovem, que também é desenhista. “Mas só tinha mexido com papel e lápis”, comentou, destacando a oportunidade de mexer com sprays e tintas.

A aluna Luiza Eduarda Garcia, 14, do 9º ano, também aprovou o projeto. “Achei muito bom, porque eu gosto bastante de mexer com esse tipo de coisa”, disse, destacando os símbolos que escolheu desenhar no muro. “São letras de um personagem que eu gosto, de um quadrinho”.

Carlos Antônio Pires Wagner, 14, aluno do 8º ano, pôde colocar em prática na oficina algo que já gostava de fazer. “Nunca mexi com spray, mas já desenhava no caderno, fazia vários nomes”, disse. “Achei bem legal, gostei bastante”, acrescentou, sobre a oportunidade de participar.

As próximas oficinas do Viva Perifa ocorrem nas escolas João Goulart, no bairro Santos Dumont, e Castro Alves, na Vicentina.

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