Brasil e China negociam declaração sobre multilateralismo e paz

Os governos do Brasil e China trabalham em uma declaração conjunta que deve abordar temas como o multilateralismo, a reforma da governança global e soluções pacíficas para conflitos em curso. O texto será discutido durante a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao país, entre os dias 12 e 13 de maio.

A viagem faz parte da “força-tarefa” do governo brasileiro que tem buscado intensificar as relações comerciais com a China. Atualmente, o país é o principal destino das exportações brasileiras.

Na última semana, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, esteve na China em uma visita preparatória. Neste contexto, um grupo de ministros e parlamentares deve compor a comitiva do presidente. Além disso, há a previsão de um fórum com a presença de empresários.

“Temos um amplo diálogo com a China em todos os campos, em defesa do multilateralismo, da mudança do clima, do Brics, do G20. Depois da visita do presidente Xi [Jiping, em novembro do ano passado], ficou bem clara a ideia de explorar novas vertentes de cooperação. Tem uma força-tarefa que trabalha a questão das sinergias entre as estratégias de desenvolvimento”, destacou o secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty, embaixador Eduardo Paes Saboia.

Além da declaração, está prevista a assinatura de 16 atos de cooperação, entre protocolos, anúncios e memorandos de entendimento. Outros 32 textos estão em negociação.

“O que nós queremos é diversificar nossa pauta exportadora com a China e diversificar os investimentos, as parcerias com a China, procurando atraí-la para esse projeto de neoindustrialização, de capacitação tecnológica, de transição energética”, reforçou Saboia.

Outro destaque da agenda do presidente na China é a participação na reunião do fórum Celac-China, no dia 13. A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) é um bloco composto por 33 países, com o objetivo de promover a integração regional.

Rússia

Antes da visita à China, Lula cumprirá agenda na Rússia, onde vai participar das comemorações dos 80 anos do Dia da Vitória, em referência ao fim da Segunda Guerra Mundial. Durante a visita, o petista terá reuniões bilaterais com o presidente da russo, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico.

A questão da guerra com a Ucrânia deverá ser abordada durante o encontro. Além disso, o governo brasileiro quer negociar alternativas para equilibrar a balança comercial entre os países. “Nós importamos dois produtos que são fundamentais: fertilizantes e diesel. Mas nós queremos ampliar as nossas exportações para a Rússia”, avalia o secretário.

O presidente Lula embarca para a Rússia nesta terça-feira (6/5), onde permanece até sábado (10/5).

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