Conclave: número de cardeais que elegerão papa sobe para 133; entenda

O conclave que terá início nesta quarta-feira (7/5) para a escolha do futuro papa será formado por 133 cardeais com direito a voto, diferentemente dos 132 religiosos anunciados antes. A Santa Sé informou, nessa segunda-feira (5/5), que o cardeal bósnio Vinko Puljić, que tinha alegado razões de saúde, conseguirá comparecer ao Vaticano para participar da eleição.

O número de 133 cardeais ultrapassa o limite tradicionalmente estabelecido pela Igreja Católica para conclaves, de 120. De acordo com esclarecimento divulgado pela Congregação dos Cardeais, a decisão está em conformidade com a legislação canônica e com medidas adotadas no pontificado do papa Francisco.

O questionamento devido à Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, publicada em 1996 pelo papa João Paulo II, que define: o Colégio de Cardeais eleitores deve ter, no máximo, 120 membros com até 80 anos.

No entanto, o documento também prevê que essa norma pode ser flexibilizada. Com base nesse entendimento, o papa Francisco optou por não se restringir ao número fixado e nomeou cardeais que, ao serem criados oficialmente, passaram a ter pleno direito de participar do conclave.

Em nota divulgada pela Sala de Imprensa da Santa Sé, a Congregação dos Cardeais explicou que a superação do limite ocorreu com respaldo da norma 36 da Constituição Apostólica. Segundo o texto, os cardeais que foram nomeados tornaram-se automaticamente eleitores legítimos do novo pontífice, independentemente do número total.

Entre os 133 cardeais votantes, 108 foram nomeados pelo papa Francisco, responsável por ampliar significativamente a representatividade de países fora do eixo tradicional Europa-América do Norte. Ao todo, 22 foram nomeados por Bento XVI e cinco, veteranos de outros conclaves, receberam o título de cardeal durante o pontificado de João Paulo II.

Apesar da confirmação de 135 cardeais eleitores, apenas 133 estarão presentes, visto que um deles desistiu de participar e outro alegou problemas de saúde.

“Pelo bem da Igreja”

O cardeal italiano Giovanni Angelo Becciu, condenado por desvio de verbas e despojado de seus privilégios pelo papa Francisco, já comunicou a decisão de “obedecer” à decisão da Igreja Católica de vetá-lo do conclave que elegerá o próximo pontífice.

Becciu decidiu se retirar voluntariamente da cerimônia de escolha do novo pontífice “pelo bem da Igreja” e para manter um clima de serenidade entre os eleitores. A Congregação expressou respeito pela decisão.

Já o cardeal espanhol Antonio Cañizares não participará do conclave por motivos de saúde.

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