Construção do Aeroporto 20 de Setembro é colocada entre as prioridades da Fiergs para região

A primeira edição do Rota Fiergs foi encerrada com a apresentação de sete demandas prioritárias pelo setor industrial do Vale do Sinos e Encosta da Serra. O evento, promovido pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), ocorreu na Universidade Feevale, em Novo Hamburgo.

A definição das prioridades de cada região foi discutida durante um workshop, reunindo sindicatos patronais e lideranças regionais. “Essas demandas agora são prioritárias também para o Sistema Fiergs, vamos buscar torná-las realidade”, afirmou o presidente da entidade, Claudio Bier.

No Vale do Sinos, foram listados quatro projetos. Entre eles, destaque para a construção do Aeroporto 20 de Setembro, localizado em Portão, no limite com Nova Santa Rita. O objetivo é facilitar a logística exportadora e importadora até 2027.

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A proposta é amplamente apoiada por Bier. “Um Estado com o potencial do Rio Grande do Sul não pode depender de um aeroporto só. O atraso que foi durante as enchentes foi um prejuízo gigantesco.”

O dirigente da Fiergs salientou que se trata de uma estrutura 100% privada. “Não tem dinheiro do governo ou de prefeituras. É um grupo de empresários que já tem a área de 2 mil hectares reservada para isso. Agora precisamos dar esse apoio, conversar com os governantes e ajudar da melhor maneira possível.”

Já a diretora-geral da entidade, Susana Kakuta, lembrou que o setor industrial representa cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul, portanto, tem uma força muito grande no Estado. “É uma demanda que já estava sendo tratada e vem com muita força no nosso processo e passa a ser uma prioridade na interlocução com os poderes Legislativo e Executivo.”

Fortalecimento

Segundo o vice-presidente regional da Fiergs no Vale do Sinos, Hernane Cauduro, a opção pelo Aeroporto 20 de Setembro foi fortalecida durante as enchentes de 2024. “Ficar sem o Salgado Filho deixou um impacto negativo para a indústria”, afirma.

Cauduro reitera que a área apresentada é tecnicamente viável, inclusive pelas condições climáticas. “Foi realizado um estudo, a incidência de neblina é muito pequena. Não tivemos problemas de alagamentos em maio passado. O 20 de Setembro é a melhor opção para o Estado. Vamos trabalhar para que se torne possível.”

“Apoio indispensável”

Secretário do Comitê Pró-Aeroporto 20 de Setembro, Marco Müller comemorou o fato da construção do terminal aéreo ter se tornado prioridade na Fiergs. “O apoio da Fiergs é indispensável. O presidente [Claudio Bier] abraçou a causa.”

Müller explica que o grupo já se reuniu com o governo do Estado e aguarda um retorno para breve. “Falaram que iriam fazer um estudo para saber se há conflito com outros projetos. Já agendamos a reunião com a Paula Mascarenhas [secretária Extraordinária de Relações Institucionais].”

No comitê desde 2009, ele acredita que a proposta é a mais viável como alternativa ao Salgado Filho. “Não temos sequer conflito com as áreas de aproximação do Salgado Filho e da Base Aérea de Canoas. A localização também é um trunfo, próximo de diversas rodoviais. Além disso, será totalmente privado, buscamos um investidor.”

Outros projetos também foram discutidos na Feevale

Além da construção do aeroporto em Portão, o Vale do Sinos apresentou outras três demandas à Fiergs. Reter profissionais nos setores de mobiliário e construção, com foco em jovens de 20 a 30 anos. Como resultado, espera-se uma redução de 20% ao ano na migração para outros setores.

A atualização de infraestrutura de educação profissional e de tecnologia na área da borracho, visando aumentar as matrículas e atendimentos. Por fim, captar talentos para a indústria por meio de programas de contraturno do Sesi e do Senais nos dez municípios da região, estimando atingir 200 alunos por município até 2026.

Já na Encosta da Serra, são três prioridades apresentadas durante o workshop: implementar um programa de retenção de talentos na indústria de calçado e vestuário; Desenvolver mão de obra técnica e química na área de galvanoplastia; Promover missões e exposições em feiras para abertura de novos mercados para as empresas calçadistas, buscando ampliar o volume de exportações de 20 a 25%.

Investimentos garantidos pela Fiergs na região

Em adição às prioridades apresentadas pelas regionais, a própria entidade divulgou o investimento de até R$ 24 milhões para o Vale do Sinos e Encosta da Serra. Os aportes serão de R$ 19,9 milhões e R$ 4,4 milhões, respectivamente.

Um dos destaques é a reforma do Senai Novo Hamburgo, onde o prédio histórico teria adequações para acessibilidade. O pavilhão da Fábrica de Sapatos também será reformado, assim como outras estruturas do local. A estimativa é de que sejam investido R$ 6,5 milhões e 9 meses de obras, com a reinauguração prevista para 2026.

Para a ampliação do contraturno escolar em São Leopoldo, há a estimativa de investir R$ 1,5 milhão para a unidade, que atualmente atende mais de 300 crianças. A reforma está prevista para 2026.

Quais são os projetos?

No Vale do Sinos são sete projetos: Nova Escola Sesi de Ensino Médio + EJA (Novo Hamburgo); Reforma de prédios do Senai (Novo Hamburgo e São Leopoldo); Investimentos em novos equipamentos para o segmento da borracha para o Centro de Formação Profissional Senai Edmundo Bins (São Leopoldo); Reforma do Espaço Saúde (São Leopoldo); Contraturno escolar no Sesi (São Leopoldo); Reforma do laboratório de energias renováveis para atualização tecnológica e atuação do Senai-RS em formação de hidrogênio verde (Esteio).

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Na Encosta da Serra, outros quatro projetos serão prioritários e estão com investimentos garantidos: Implantação de um hub de inovação junto à unidade do Sesi (Igrejinha); Reforma do Senai para readequação do atendimento das áreas de costura, montagem de calçados, manutenção e elétrica (Igrejinha); Novo modelo de atuação, com construção BTS para viabilizar a nova escola do Senai (Sapiranga); Novo modelo de atuação, com construção BTS para viabilizar um Espaço Saúde na região.