GPA (PCAR3): volatilidade continua e ações desabam mais de 20% após balanço do 1T25

Em seus dois aplicativos, o Grupo Pão de Açucar já acumula 82% de penetração entre os clientes de suas lojas. Foto: Divulgação

Mesmo com resultados considerados mistos, a ação do GPA (PCAR3) desaba mais de 20% na sessão desta terça-feira (6), seguindo o movimento de forte volatilidade nos últimos pregões para os ativos. Às 12h20 (horário de Brasília), PCAR3 registrava baixa de 22,05%, a R$ 2,97, também com notícias sobre mudanças de participação e notícias sobre o Conselho de Administração.

Na noite da véspera, foi informado que o investidor Rafael Ferri reduziu sua participação no GPA para um nível abaixo de 5%. Segundo o GPA, Ferri informou à empresa que suas participações na companhia caíram para 2,73%, incluindo derivativos, e que seu objetivo com a alteração na fatia “é estritamente de investimento”. Em 16 de abril, Ferri havia alcançado uma participação de 5,86% nas ações do GPA, segundo comunicado da companhia.

Ferri afirmou em entrevista à Reuters que seu grupo elegeu dois membros para o conselho de administração do GPA e que chegou com uma postura “construtiva”. “A companhia (GPA) deveria valer muito mais, o preço está longe da realidade,” disse o investidor na entrevista.

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Cabe destacar que o fundo de investimento Saint German, controlado pelo investidor Nelson Tanure, nomeou apenas um membro para o conselho de administração da companhia controladora da rede de supermercados Pão de Açúcar, durante assembleia de acionistas.

“Optamos apenas por eleger um candidato independente e de nossa confiança, com profundo conhecimento do mercado de varejo, como forma de proteger nosso investimento, tendo em vista o cenário difícil que antevemos para o GPA”, disse Tanure à agência.

Sobre o resultado em si, o GPA reduziu o prejuízo líquido do primeiro trimestre em mais de 74% sobre um ano antes, para R$ 169 milhões, em resultado divulgado nesta segunda-feira pela companhia controladora da rede de supermercados Pão de Açúcar.

O resultado operacional medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado somou R$409 milhões, uma melhora de 9,9% sobre o desempenho de um ano antes. Analistas, em média, esperavam lucro líquido de R$175,5 milhões para o GPA entre janeiro e o final de março, com Ebitda de cerca de 326 milhões, segundo dados da Lseg.

A receita líquida cresceu 3,9% no período, a R$4,8 bilhões, e a margem bruta apresentou ligeira evolução saindo de 27,2% para 27,6%.

Na visão da XP Investimentos, o GPA reportou outro conjunto de resultados mistos, como esperado, com efeitos de calendário e maior alavancagem ofuscando as melhorias operacionais. As vendas líquidas consolidadas aumentaram em +4% na base anual, impactadas por efeitos de calendário (o adiamento da Páscoa para o 2T e o ano bissexto de 2024), o que prejudicou a comparabilidade das vendas mesmas lojas (SSS).

Nesse sentido, ajustando por efeitos de calendário, o SSS atingiu +7,3%, ainda desacelerando trimestralmente (-230 pontos-base, ou bps), principalmente nos formatos Pão de Açúcar (-370 bps) e Extra Mercado (-380 bps), enquanto Proximidade (+300 bps) e Aliados (+43 bps) foram os destaques.

Na visão da XP, a rentabilidade foi novamente o principal destaque, com a margem bruta atingindo 27,6% (+40 bps a/a), refletindo melhores condições comerciais, ajustes operacionais e receitas de mídia de varejo. Enquanto isso, a margem Ebitda ajustada aumentou 50 bps, resultado da alavancagem operacional, embora notemos que outras despesas (R$ 85 milhões), principalmente relacionadas a encargos de reestruturação e fechamento de lojas, vieram acima do esperado, embora tenham caído 59% anualmente.

Para a Genial Investimentos, o “básico bem feito” continua funcionando no 1T25. “Como já era esperado, a companhia entregou mais um bom trimestre, emplacando o que deve ser o melhor Same Store Sales do setor: +7,3% a/a (excluindo efeito calendário)”, aponta a casa.

Na visão do Bank of America, o GPA tem se beneficiado das dificuldades da concorrência. A rede de supermercados online Justo saiu de São Paulo em dezembro, e os varejistas de alimentos paulistanos Grupo St. Marche, Ricoy, Maranhão, Caetano, Maravilha e outros estão enfrentando problemas, como casos de recuperação judicial.

“O Carrefour também parece enfrentar dificuldades com seus conceitos de supermercado e conveniência, reavaliando preços e planos de expansão, já que o endividamento das principais operadoras de atacarejo limita o investimento em preços”, apontam os analistas.

Progresso operacional, dívida e contingências, novo Conselho são temas para ficar de olho. “Um ambiente competitivo favorável e uma boa execução estão gerando sólidos ganhos operacionais. No entanto, o alto endividamento e os ônus de contingência podem ser difíceis de superar. Os esforços para substituir o Conselho do GPA parecem ter fracassado, mas novos membros podem introduzir alguma dissonância”, aponta o banco, que mantém a recomendação underperform (desempenho abaixo do esperado, equivalente à venda). A Genial tem recomendação de manutenção para PCAR3, enquanto XP tem recomendação neutra para os ativos.

(com Reuters)

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