Klabin (KLBN11): recuo de quase 20% das ações no ano é exagerada?

Apesar do pessimismo dos investidores em relação às ações da Klabin (KLBN11) — que acumulam queda de 19% no ano, refletindo preocupações com a possível desaceleração do consumo doméstico no setor de embalagens, riscos ligados às tarifas da gestão de Donald Trump e à recente valorização do real —, a Genial Investimentos reiterou a recomendação de compra para o papel. No entanto, a corretora reduziu o preço-alvo de R$ 27 para R$ 23,50.

Embora a corretora reconheça que os fatores mencionados estejam, de fato, associados a uma moderação nos fundamentos, considera ser “injustificável o nível de queda“.

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Para os resultados do primeiro trimestre de 2025 (1T25), que serão divulgados nesta quarta-feira (7), antes da abertura dos mercados, a Genial Investimentos projeta um avanço operacional robusto para a Klabin na comparação anual. O desempenho deve ser impulsionado principalmente pela gradual recuperação da rentabilidade na divisão de Celulose, cujo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) deve crescer 24,3% na base anual.

De acordo com relatório, o movimento é favorecido pela valorização da taxa de câmbio média no período (R$ 5,85 no 1T25 versus R$ 4,95 no 1T24), além da ausência de paradas programadas no trimestre — fator que deve contribuir significativamente para a redução do custo dos bens vendidos (COGS) por tonelada.

A Genial também espera que a Klabin deve manter sólida a força operacional, com destaque para a estabilidade de preços em embalagens.

Os analistas acreditam que na base trimestral, é esperado basicamente uma lateralização do Ebitda (-1,1% na base trimestral), o que não deve comprometer a tendência positiva da companhia ao longo de 2025, uma vez que isso é amplamente aguardado diante da sazonalidade típica dos 1Ts, mostrando inclusive que a companhia consegue segurar os resultados mesmo diante de uma tendência negativa de decaimento de volumes entre os trimestres.

Apesar disso, em virtude dos efeitos adversos oriundos da Guerra Comercial EUA-China, a corretora reduziu as projeções de embarques de caixa papel ondulado, mesmo com a disposição variada do mix, para 2025 e 2026, além do (ii) corte de vendas de kraftliner advindo dos riscos das tarifas recíprocas e (iii) rebaixamento da taxa de câmbio (5,65 atual ante 6,20 no início do ano).

Além disso, a Genial espera que o indicador dívida líquida/Ebitda em real regrida para 4,1 vezes em virtude de 3 fatores de congruência: (i) o recebimento de R$ 900 milhões dentro do fluxo de caixa (FCF) advindo do Projeto Plateau e (ii) elevação de R$ 150 milhões no EBITDA na base anual, além da redução do valor nominal da dívida externa derivada da redução da taxa de câmbio no movimento sequencial (R$ 5,74 versus R$6,19 no 4T24).

Klabin: mais estimativas

A divisão de Papel & Embalagens da Klabin deve reportar uma Receita Líquida de R$ 3,3 bilhões, segundo estimativas da Genial, o que representa uma queda de 4,9% na comparação trimestral e alta de 12,2% na comparação anual.

De acordo com relatório, o recuo sequencial reflete os efeitos da sazonalidade sobre os volumes de papel-cartão e sacos industriais, além da estabilidade nos preços realizados. Já na base anual, o crescimento é sustentado pelo ramp-up da MP28 — nova máquina de papel voltada à produção de kraftliner, que apresentou avanço de 20,6% na base anual — e pelo aumento da demanda doméstica por embalagens, especialmente por caixas de papelão ondulado, com elevação dos preços em todos os produtos.

Nesse cenário, o Ebitda da divisão é estimado em R$ 976 milhões, com queda de 5,0% t/t e 1,4% a/a. “A retração é explicada pela menor diluição dos custos fixos, em razão da redução de volumes, e pelo aumento dos custos de integração na base anual”, explica Genial.

A divisão de Celulose, por sua vez, deve apresentar uma receita líquida de R$ 1,5 bilhão, com recuo de 9,5% t/t e alta de 11,3% ano a ano. A queda trimestral é explicada principalmente pela retração nos embarques de BHKP (celulose kraft branqueada de madeira folhosa), que caíram 14,2% t/t devido a gargalos operacionais e logísticos. Já o crescimento anual é impulsionado pela valorização dos preços de BHKP e de BSKP (celulose kraft branqueada de madeira conífera), que subiram 18,2% a/a com o apoio da valorização do dólar frente ao real.

O Ebitda da unidade de Celulose é estimado em R$ 827 milhões, com alta de 3,9% no trimestre e expressivo avanço de 24,9% na comparação anual, refletindo principalmente a forte queda do COGS/t, que recuou 12,6% na base trimestral diante da ausência de paradas programadas no primeiro trimestre de 2025 (1T25).

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