Moraes ironiza pedidos de suspeição: “Quando surge nome do Fux, ninguém pede”

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ironizou nesta terça-feira (6) os reiterados pedidos de suspeição apresentados por investigados da trama golpista de 2022. Durante a sessão da Primeira Turma da Corte, que começou a analisar a denúncia contra o chamado ‘Núcleo 4’ da tentativa de golpe de Estado, Moraes adotou um tom sarcástico ao comentar o número de questionamentos contra sua atuação.

“Fico extremamente magoado, porque, quando surge o nome do ministro Fux, ninguém pede a suspeição dele. Quando aparece o meu nome, são 868 pedidos de suspeição. Suspeito é quem está pedindo a minha suspeição. É impressionante”, afirmou Moraes.

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A declaração ocorreu após o ministro Luiz Fux mencionar que também teve seu nome citado no caso que apura o uso indevido da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Segundo a Procuradoria-Geral da República, o órgão teria sido utilizado como uma espécie de central paralela de contrainteligência para monitorar autoridades e alimentar ações de desinformação.

Os pedidos para que Moraes fosse declarado impedido de atuar nos processos já foram rejeitados pelo plenário do STF e pela Primeira Turma. Os réus alegam que o ministro seria parcial por ser uma das autoridades atacadas pelas ações investigadas — argumento que não foi acolhido pela Corte.

O julgamento desta terça-feira analisa se o STF aceitará a denúncia apresentada pela PGR contra sete acusados de integrar o “núcleo de desinformação” da tentativa de golpe, entre eles o capitão reformado Ailton Barros, o ex-presidente do Instituto Voto Legal, Carlos Rocha, e ex-servidores da Abin.

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