Operação Armistício: líderes do PCV recebem penas superiores a 24 anos

O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e da 10ª Promotoria de Justiça Criminal de Vitória, obteve a condenação de cinco líderes da facção criminosa Primeiro Comando de Vitória (PCV) a penas superiores a 24 anos de prisão, além de 1.166 dias-multa, com base no salário mínimo vigente à época dos crimes.

Os réus João de Andrade, Carlos Alberto Furtado da Silva, Geovani de Andrade Bento, Giovani Otacílio de Souza e Pablo Bernardes foram condenados pelos crimes de associação para o tráfico de drogas, com aumento da pena devido ao emprego de armas de fogo, e por integrar organização criminosa.

A sentença é resultado das investigações do MPES e do GAECO, conduzidas durante a Operação Armistício, deflagrada em 19 de julho de 2021. A operação teve como objetivo desmantelar atividades ilícitas do PCV no Espírito Santo, com 37 mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão cumpridos em diversos municípios, incluindo a Grande Vitória, Aracruz e São Mateus.

Transferência para o Sistema Prisional Federal

Em paralelo à condenação, a Justiça determinou a transferência dos cinco líderes do PCV para o Sistema Prisional Federal, aplicando o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), com o intuito de dificultar suas comunicações e atividades criminosas. Além disso, a sentença incluiu a aplicação de uma indenização de R$ 50 mil, destinada a uma entidade sem fins lucrativos voltada para a saúde ou segurança pública, como compensação pelos danos causados à sociedade.

Sentença Parcialmente Favorável ao MPES

Embora a condenação tenha sido amplamente favorável ao MPES, um dos pedidos do Ministério Público foi julgado improcedente. A Justiça absolveu os réus da acusação de tráfico de drogas, alegando falta de provas materiais suficientes. O MPES informou que recorrerá dessa parte da sentença.

Crime Organizado e Influência do PCV

A sentença detalhou a atuação do PCV, destacando seu grande poder econômico e bélico no Estado. O grupo, com sede no Bairro da Penha, em Vitória, tem ramificações por toda a região metropolitana e conexões com o Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro. Também foram apreendidos documentos que revelaram a estrutura hierárquica do PCV, com funções específicas para seus membros, como fogueteiros, olheiros e seguranças, que utilizam práticas violentas e intimidadoras para manter o controle sobre o tráfico de drogas.

Perfil dos Líderes Condenados

A sentença expõe as funções de liderança de cada um dos condenados dentro da organização criminosa:

  • Carlos Alberto Furtado da Silva: Considerado o principal líder do grupo, coordenava as ações mais importantes da organização, sendo reverenciado pelos demais membros.
  • Pablo Bernardes: Exercia liderança na área do bairro Jesus de Nazaré, sendo responsável pela aquisição e distribuição de drogas.
  • João de Andrade: Tinha papel significativo nas operações interestaduais, com registros de agradecimentos por ataques a rivais nos bairros Conquista e Capixaba.
  • Geovani de Andrade Bento: Coordenava a compra e venda de drogas e armas, além de ataques armados a grupos rivais.
  • Giovani Otacílio de Souza: Liderava a organização a partir do sistema prisional, passando ordens por meio de visitantes.

Avanços na Operação Armistício

A Operação Armistício continua a ser um marco no combate ao crime organizado no Espírito Santo. Com a condenação dos líderes do PCV, as investigações avançam para atingir outros membros da facção. Além dos réus já condenados, outros processos estão em andamento, incluindo investigações sobre advogados que facilitavam a comunicação criminosa entre líderes da facção dentro e fora das unidades prisionais.

Com a contínua luta do MPES e das forças de segurança, espera-se enfraquecer ainda mais as operações do PCV, garantindo maior segurança para a população capixaba.

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