Projeto social recebe Nathália Arcuri e oferece aulão de ferramentas para mulheres

Alicates, martelos, cerrotes, chaves de fenda, brocas e parafusos. Com uma mesa cheia de ferramentas e possibilidade, as alunas do projeto Regenera RS tiveram uma aula diferente nesta terça-feira (6), na Unilasalle. O aulão integra a capacitação de mulheres na construção civil, promovida pela Instituto Mulher em Construção. Ao final da atividade, os certificados foram entregues pela jornalista e fundadora do Me Poupe, Nathália Arcuri. 

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Regenera RS, projeto do Instituto Mulher em Construção, realizou aulão de ferramentas nesta terça-feira (6) | abc+



Regenera RS, projeto do Instituto Mulher em Construção, realizou aulão de ferramentas nesta terça-feira (6)

Foto: Nicole Goulart/Especial

De luvas e capacetes, as estudantes acompanharam de forma atenta todas as explicações dadas pela professora e eletricista, Cida Santos. O principal ensinamento passado é de entender em quais situações usar cada tipo de parafuso, chave e em qual material será feito o trabalho, como gesso, madeira etc. “Sofremos bem menos no trabalho quando usamos a ferramenta certa, o material certo”, destaca a professora. 

E para isso é preciso conhecer de perto cada um deles, como a chave inglesa, jacaré, grifo, jacarezinho e entender a função dos alicates universal, de corte e de bico. Além disso, usar a furadeira e a parafusadeira em diferentes superfícies como madeira e concreto celular. Este foi o favorito da diarista Aline Imperator, 40 anos. “Foi maravilhosa essa aula. Já estou pensando na tomada lá de casa”, afirma. 

Mas não ficou só na aula expositiva, as alunas também partiram para a prática. A própria Aline foi uma das que se candidataram a montar uma extensão, encaixando os fios dentro da peça que conecta na tomada. “Fazemos muitas coisas em casa, mas é diferente quando tem conhecimento. Para nós é maravilhoso, maravilhoso é a palavra. Poder fazer as coisas com excelência”, ressalta. 

A aluna Aline Imperator montou uma extensão na aula | abc+



A aluna Aline Imperator montou uma extensão na aula

Foto: Nicole Goulart/Especial

Quem também montou uma extensão foi a artesã Isabel Cristina Fornolsky Centeno, 57. “Foi um máximo porque vemos fazer de um jeito, mas na hora é diferente. É bom aprender assim. Às vezes, nós precisamos colocar um parafuso e extensão também e se não vemos na prática, não sabemos como fazer”, observa. 

Aline e Isabel fizeram o curso de reparos e pintura no ano passado e, junto com outras 17 mulheres, participaram da atividade especial nesta terça-feira. Mesmo que seja voltado para trabalhos domésticos e pessoais, principalmente no pós-enchente, nada impede as estudantes de seguir carreira profissional. Isso porque ao final da aula, foram entregues certificados que atestam a capacidade das alunas. 

Ajuda pós-enchente

O aulão de ferramentas e a capacitação oferecida pelo Instituto Mulher em Construção possuem foco na construção civil, olhando para cinco diferentes áreas: hidráulica, elétrica, assentamento de piso, pintura e reparo de parede, argamassa e impermeabilização, e gesso. Os cursos costumam ter uma duração de 48 horas. 

“Tínhamos como carro chefe as oficinas que se chamam Cimento e Batom. Mas com a enchente, a nossa presidente Bia entendeu que precisamos fazer um movimento para ajudar as pessoas que tinham sido atingidas pela enchente. E por isso criou esse projeto, o Regenera RS, que tem esse olhar e estamos em parceria com o La Salle desde julho do ano passado”, explica a líder em educação do instituto, Fabiane Fialho. 

Ao todo, foram 32 oficinas que capacitaram 443 alunas, especificamente em pintura e reparo de paredes, argamassa, impermeabilização, elétrica e hidráulicas – principais demandas após a catástrofe climática. O impacto é visível para a estudante Aline. “Sou eu que estou arrumando as paredes da minha casa. O antes e o depois é gratificante. Uma coisa é você contratar alguém, outra é você mesmo fazer e ver que o resultado ficou bom”, declara orgulhosa mostrando seu trabalho. 

E é este o objetivo da entidade. “Esse nosso trabalho talvez seja mais importante para nós do que seja para elas porque percebemos a mudança no olhar do primeiro dia que a mulher chega até o último que ela sai. O que nós fizemos aqui é tentar mostrar que nós temos escolha. Tudo bem se não quer trabalhar na construção civil, mas é uma decisão. Não é alguém dizer isso”, frisa Fabiane. 

Prestação de contas

O projeto conseguiu se desenvolver graças às doações angariadas pela jornalista, empreendedora social e fundadora do Me Poupe, Nathália Arcuri, junto com a presidente do instituto Bia Kern.

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A fundadora do Me Poupe, Nathália Arcuri, veio conhecer o projeto de perto e participou da atividade | abc+



A fundadora do Me Poupe, Nathália Arcuri, veio conhecer o projeto de perto e participou da atividade

Foto: Nicole Goulart/Especial

“Eu nunca tive dúvida daquilo que eu ia encontrar. Foi por isso que eu fiz questão de apoiar o projeto, sabia do Mulher em Construção. Até porque você endossa, traz o seu público para apoiar uma causa é muito importante que você saiba sua responsabilidade para com os recursos daquelas pessoas. A minha ideia aqui é de fato mostrar o que foi feito com o dinheiro delas”, declara Nathália. 

“O que estou vendo aqui com o trabalho da Bia e do Mulher em Construção foi muito além do que imaginava. Não só casas foram reconstruídas, mas também a autoestima de centenas de mulheres. A importância desse trabalho vai muito além da geração de renda ou de empregabilidade”, completa.

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