Véspera da “superquarta”: à espera de Copom e Fed, dólar abre em alta

O dólar operava em alta nesta terça-feira (6/5), véspera da decisão dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos sobre a taxa básica de juros nos dois países.


Dólar

  • Às 9h07, a moeda norte-americana avançava 0,21% e era negociada a R$ 5,70.
  • No dia anterior, o dólar fechou em alta de 0,63%, cotado a R$ 5,689.
  • Com o resultado, a moeda dos EUA acumula ganhos de 0,22% em maio e perdas de 7,94% em 2025.

Fed e Copom começam reuniões

Os investidores voltam suas atenções nesta semana à divulgação da taxa básica de juros por parte dos bancos centrais do Brasil e dos EUA, na quarta-feira (7/5).

“Superquarta” é o termo usado no mercado financeiro para o dia em que coincidem as divulgações das taxas básicas de juros no Brasil e nos EUA.

É o caso dessa quarta-feira, data na qual tanto o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) quanto o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, o BC americano) anunciam o resultado de suas reuniões, que começam nesta terça-feira.

A taxa básica de juros é o principal instrumento do Banco Central (BC) para controlar a inflação. A Selic é utilizada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia.

Quando o Copom aumenta os juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, o que se reflete nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Assim, taxas mais altas também podem conter a atividade econômica.

Ao reduzir a Selic, por outro lado, a tendência é a de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica. Não é o que se deve esperar neste momento.

Em sua última reunião, em março, o Copom anunciou o aumento de 1 ponto percentual na taxa de juros, que passou a 14,25% ao ano – o maior valor em quase uma década.

A maioria das projeções do mercado financeiro para a próxima elevação da Selic indicam uma alta de 0,5 ponto percentual, com os juros passando a 14,75% ao ano.

Nos EUA, a tendência é que o Fed não mude a taxa de juros da economia norte-americana na reunião desta semana, apesar das pressões públicas feitas pelo presidente Donald Trump, que vem cobrando a redução da taxa.

Em sua última reunião, o Fed anunciou a manutenção da taxa básica de juros no intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano. A reunião foi a segunda consecutiva na qual a autoridade monetária norte-americana manteve inalterada a taxa de juros.

Antes das duas últimas reuniões, o Fed tinha levado a cabo um ciclo de três quedas consecutivas dos juros nos EUA, que começou em setembro do ano passado – o primeiro corte em cinco anos. Desde então, o BC norte-americano sempre deixou claro que era necessário manter a cautela e analisar cuidadosamente os indicadores econômicos para tomar suas decisões de política monetária.

O Índice de Preços ao Consumidor nos EUA (CPI, na sigla em inglês), que mede a inflação no país, ficou em 2,4% em março, na base anual, um recuo de 0,4 ponto percentual em relação ao mês anterior (quando foi de 2,8%). Na comparação mensal, a taxa recuou 0,1%, ante alta de 0,2% em fevereiro. A meta de inflação nos EUA é de 2% ao ano. Embora não esteja nesse patamar, o índice vem se mantendo abaixo de 3% desde julho de 2024.

Balança comercial nos EUA

Além dos olhos voltados às decisões do Fed e do Copom, o mercado acompanha nesta terça-feira a divulgação dos resultados de março da balança comercial dos EUA.

Na leitura anterior, houve déficit de US$ 122,7 bilhões, de acordo com os dados do Departamento do Comércio no governo norte-americano. Isso significa que as importações superaram as exportações no período. Quando ocorre o contrário, há superávit.

A estimativa dos analistas é que haja déficit de US$ 129 bilhões.

Bolsa de Valores

As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.

Na véspera, o índice fechou em forte queda de 1,22%, aos 133,4 mil pontos.

Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula recuo de 1,17% no mês e alta de 10,98% no ano.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.