Voepass pode perder slots em Congonhas e Guarulhos neste domingo (11); entenda o caso

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Sem retomar voos regulares desde março, companhia aérea não atinge meta mínima de operação exigida pela Anac e pode ter horários redistribuídos entre concorrentes (Eric Ribeiro/M&E)

A Voepass está prestes a perder os cobiçados slots de pouso e decolagem nos aeroportos de Congonhas e Guarulhos, os dois mais movimentados do Brasil. Caso não retome voos regulares até este domingo (11), a empresa terá seus horários redistribuídos pela Anac a outras companhias do setor. A empresa detém atualmente 20 slots diários em Congonhas e 8 em Guarulhos. Estes horários, extremamente valorizados por operadoras aéreas, estão ociosos há quase dois meses. Caso os índices mínimos de utilização não sejam atingidos até domingo, a Voepass perderá não apenas o direito de operá-los, mas também a prioridade de retomada em futuras temporadas.

A Voepass está sem operar desde 11 de março, após ter suas atividades suspensas por não cumprir exigências operacionais impostas pela agência reguladora. Desde então, não conseguiu retornar ao mercado. O prazo de 11 de maio marca o limite permitido pela Anac para que a companhia alcance o índice mínimo de 80% de regularidade exigido para manter seus slots na temporada de verão, que teve início em 30 de março e vai até 25 de outubro.

Em nota, a Anac informou que segue monitorando a situação da empresa e que, se a meta de regularidade não for cumprida, iniciará o processo de redistribuição conforme prevê a regulamentação do setor. A redistribuição considera critérios como eficiência, capacidade operacional e participação de mercado.

Além da ameaça iminente de perder seus slots, a Voepass enfrenta uma grave crise financeira. Em 22 de abril, a companhia entrou com pedido de recuperação judicial, buscando reestruturar suas finanças. Segundo a empresa, o pedido está inserido num cenário adverso para a aviação regional brasileira, que sofre com a redução de malha aérea em cidades do interior.

As dificuldades da Voepass se agravaram após um trágico acidente ocorrido em 9 de agosto de 2024, em Vinhedo (SP), quando um de seus voos caiu e causou a morte de 62 pessoas. O desastre, que envolveu a aeronave do voo 2283 na rota entre Cascavel (PR) e Guarulhos (SP), levou a Anac a instaurar uma fiscalização intensiva nas operações da companhia.

*Com informações da Folha de S.Paulo.

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