Fraude de R$ 56,6 mi no INSS: PF mira contadores e advogados no DF

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (7/5) a Operação DeLorean para desarticular um sofisticado esquema de fraudes na concessão de aposentadorias, que teria causado um prejuízo de R$ 56,6 milhões aos cofres públicos.

A ação, realizada em parceria com a Coordenação de Inteligência Previdenciária do Ministério da Previdência, cumpriu 17 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, além de bloquear bens e determinar a revisão de benefícios suspeitos.

Segundo as investigações, o grupo criminoso atuava desde 2014 usando vínculos empregatícios simulados e documentos falsificados para burlar as exigências do INSS.

Empresas controladas por contadores investigados transmitiam Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (GFIPs) de forma retroativa para simular tempo de serviço inexistente. Dois advogados também são suspeitos de usar documentação falsa para obter decisões favoráveis na Justiça.

Foram identificados 232 benefícios previdenciários concedidos de forma irregular. Além dos valores já pagos, o risco de perdas futuras ultrapassa R$ 200 milhões, segundo a Polícia Federal. O INSS já iniciou a reanálise desses benefícios, que podem ser suspensos ou anulados.

“De volta para o futuro”
O nome da operação faz referência ao carro DeLorean, símbolo de viagens no tempo no cinema, numa alusão à manipulação fraudulenta de vínculos passados para garantir aposentadorias.

A operação reforça o foco das instituições no combate a fraudes que comprometem a sustentabilidade do sistema previdenciário brasileiro. Os investigados poderão responder por estelionato contra a Previdência, falsidade ideológica, uso de documento falso e associação criminosa.

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