HÁ VINTE ANOS – Com a rendição da Alemanha, o início da guerra fria

A mídia europeia e a norte-americana abrem generoso espaço para a comemoração, amanhã, dos 60 anos da rendição da Alemanha durante a 2ª Guerra Mundial. Na realidade, a rendição aconteceu em duas datas.

No dia 7 de maio, os generais Eisenhower, pelos Estados Unidos, e Montgomery, pela Inglaterra, aceitaram a rendição assinada pelo general alemão Jodl na cidade francesa de Reims, onde ficava o quartel-general das forças aliadas.

Stalin, ditador soviético, exigiu outro ato de rendição – dessa vez em Berlim, já ocupada pelos russos. Isso ocorreu no dia seguinte. A rendição foi aceita pelo marechal Zhukov, vencedor das batalhas de Stalingrado e de Berlim, e assinada pelo marechal Keitel. Os franceses participaram da cerimônia representados pelo general Latre Tassigny.

Houve outro acontecimento importante no dia 8 de maio há 60 anos. Em San Francisco, durante sessão da recém-nascida Organização das Nações Unidas (ONU), Molotov, ministro das Relações Exteriores da União Soviética, fez duro discurso entendido mais tarde como um prenúncio da guerra fria dominaria o mundo até 1989, quando caiu o muro de Berlim.

Expressão cunhada em célebre discurso pelo primeiro-ministro inglês Winston Churchill, a guerra fria opôs os Estados Unidos à extinta União Soviética. E quase levou o mundo a uma guerra nuclear. No mesmo dia 8, Stalin deixou claro que estava rompido o compromisso assumido com os Estados Unidos e a Inglaterra de tornar a Polônia um país livre.

Conta-se que ao ouvir de um general russo que “de agora em diante estaremos juntos para a eternidade”, um general polaco teria respondido:

– De acordo, até a eternidade, nem um segundo a mais que isso.

A eternidade para a Polônia durou até os anos 90 do século passado.

 

(Publicado aqui em 7 de maio de 2005)

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