Integrantes de facção ganhavam “vida nova” com ajuda de servidores

Integrantes de facções criminosas envolvidas no tráfico internacional de drogas e armas conseguiram zerar o passado e assumir novas identidades com o aval de servidores públicos corrompidos. O grupo que facilitava as fraudes é alvo da operação deflagrada nesta quarta-feira (7/5) pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco-PA), que apura um esquema de falsificação de documentos em larga escala no estado do Pará.

A investigação, batizada de Operação Exílio, mostrou como criminosos foragidos eram “rebatizados” por meio da emissão de documentos oficiais fraudulentos, de certidões de nascimento a títulos de eleitor.

Com a cooptação de servidores em diferentes órgãos, os faccionados obtinham documentos expedidos por instituições federais e estaduais, como Certificado de Dispensa de Incorporação (Exército), CPF (Receita Federal), NIT (INSS), Carteira de Trabalho Digital e até registro eleitoral.

Segundo a Ficco, que reúne Polícia Federal, Polícia Civil e Secretaria de Administração Penitenciária do Pará, a rede criminosa contava com a participação de cartórios extrajudiciais, servidores municipais e agentes ligados à Justiça Eleitoral. O objetivo era apagar os rastros dos criminosos e colocá-los de volta à sociedade com uma ficha limpa e um novo nome.

Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, dois deles nas cidades de Santa Izabel e São Francisco do Pará.

Os alvos são servidores públicos suspeitos de facilitar ou validar a produção dos documentos falsificados. Entre os indícios encontrados, estão centenas de registros irregulares, inclusive com potencial uso em fraudes eleitorais.

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